quinta-feira, 24 de julho de 2014

Na terra que mana leite e mel

Marc Chagall - o sacrifício de Isaac - web

Cristo redimiu os pecados dos homens pregado na cruz:
o avaro povo escolhido de há dois mil anos não quis!

Na ara das areias da Terra Santa sangraram páscoas
de cordeiros em macabras orgias de loucura  
e ainda hoje como nos primórdios da jornada
persiste a obtusa crueldade da cegueira bruta de Abraão.
Que Santa Terra é esta onde sobram corações de pedra dura
pulsando metralha  bombas destruição?

O avaro povo ainda hoje diz não. O farisaísmo ostensivo dos eleitos
mostra orgulho na guerra que faz: julga e crucifica quem quer a paz.

Na “terra que mana leite e mel” o discernimento oco da areia destila fel
vingança ódio morte alaga de sangue a Terra
comprando a maldição da Guerra Santa. 

hajota



8 comentários:

  1. Agostinho,

    Há dias que me intriga, comove e revolta esta situação de ódio e intolerância. Um poeta não poderia suportá-la sem uma palavra de repúdio.
    Um poema belíssimo e perfeitamente oportuno.
    Um abraço.

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  2. ~
    ~ ~ ~ ~ Muito bom, Poeta. ~ ~ ~ ~

    ~ ~ O canto da consternação! ~ ~

    ~ ~ ~ ~ ~ Abraço amigo.~ ~ ~ ~ ~

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  3. Simplesmente sublime, Agostinho.
    A melhor e mais pungente descrição de um conflito estúpido que até hoje li
    Aquele abraço e votos de bfds!

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  4. só um Poeta grande poderia escrever um poema deste calibre
    de uma situação que a todos incomoda

    :(

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  5. Inspirado! Esse povo é estranho, mesmo!

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  6. OI AGOSTINHO!
    IMPOSSÍVEL ENTENDER-SE QUE NESTAS ALTURAS DA VIVÊNCIA HUMANA, AINDA EXISTA QUEM NÃO CONSIGA RESOLVER SUAS QUESTÕES COM A PALAVRA, PRECISE MATAR E FAZER MORRER SEU PRÓPRIO POVO, PARA PROVAR O QUÊ? E A QUEM? A DEUS QUEM SABE?
    BELEZA DE ESCRITOS MUITO PERTINENTES.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  7. Meu amigo

    Um poema que vai para além das palavras e como seria bom que os poetas não tivessem que escrever sobre estas atrocidades. O mundo está louco e inocentes pagam essa loucura.
    Obrigada pelas palavras que deixa no cantinho. é um gosto senti-las.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  8. Agostinho,
    A beleza das palavras conjugadas com a tela de Chagall. Lindo.
    O poema é excelente.
    Parabéns. .:))
    Boa noite.

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