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Eu vejo
para lá do imagino
mel a escorrer do alto
por entre os dedos
Um fio louro de ouro
a derramar-se na vastidão
do (nosso) universo
no amorfismo das coisas
comuns
a dar-lhes a forma
e alma intemporal
donde irrompe a vida
no tempo de amar
No fim
levo melado o dedo
à boca da certeza
onde até as vírgulas
sabem a sal
hajota