terça-feira, 15 de novembro de 2016

A Lua era Sol

Apesar das ruínas e da morte, 
onde sempre acabou cada ilusão, 
a força dos meus sonhos é tão forte, 
que de tudo renasce a exaltação 
e nunca as minhas mãos ficam vazias. 


Sophia de Mello Breyner Andresen




http://www.dn.pt/sociedade/interior/hoje-e-noite-de-superluaha


Sem saber que era o luar
lancei as mãos ao sonho,
ambas, na ambição do momento.
Único!

Toquei-lhe na pele, 
no contorno
do ventre prenhe de leite, 
derramado, 
a brilhar ao de leve: a Lua era Sol!

A Lua cheia de Sol
debruçou-se no meu peito
doído, sonhei ontem

Ao acordar abri a janela
e procurei-a no azul. 
Era Sol que se via, hoje:
raios-versos dum poema,
brilhante. Por ser dia.


hajota