O Mundo é Grande
domingo, 1 de janeiro de 2023
domingo, 25 de dezembro de 2022
Agora mesmo o destino mudou*
Depois de tanto tempo, um golpe de ar veio insuflar-me a vela de navegar
para isto, para aquilo... et cetera. E para, num salto, agradecer a graça da persistência
dos Amigos e desejar-vos a força da Alegria neste Natal. A todos abraço.
Abracem-se "Agora mesmo o destino mudou"*.
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Chegado a dezembro
passadas
todas as estações sem
atinar no rumo,
nos ventos e marés, sem
conciliar as estrelas que sustêm
a acção
(acidente a ocidente nos corações)
Pus-me de través
no manto da noite,
oportunisticamente à espreita
dos derradeiros dias, atentando
o cínico assalto do ano, sei
Sei da Luz do solstício que regressa
em Dezembro - Natal
23dez2022
hajota
* do Natural, W G Sebald
sábado, 1 de janeiro de 2022
Pés e Anos
Decorrido um período em que pouco tenho editado por aqui, aproveito esta ocasião para fazer prova de vida. Agradeço, do fundo do coração, a todos os que me têm feito chegar, de algum modo, cuidado, simpatia e amizade.
A todos os caros Amigos e Leitores que por aqui têm passado desejo o melhor: o que a cada um convém. Que o ano 2022 venha a ser uma oportunidade de realização das aspirações de cada um, com saúde e alegria.
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Foto minha
Pés e anos não há dois iguais
nem num par de pés
Mesmo em todos os anos dobradosNão há sorte que consiga par em fullen
Mas pés são pés e anos são anossempre de variado tempo
Não se medem em dias e mesesantes pelo que neles se dá e faz
É assim que serás o que éssem vírgula a meio ou ponto
no fim nada te fará diferenteNunca te arrependas do que és
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O 2022 será o melhor que nos vem à mão:
ter 3 (três) patinhos num ano!
Melhor só no céu. Em 2222...
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hajota
segunda-feira, 13 de setembro de 2021
Jerónimos, 2021-09-12
Aconteceu
Ninguém o pode recusar nem negar,
Aconteceu
Uma pequenina luz - poema de Jorge de Sena
Não na distância brilhando no extremo da estrada
Aqui no meio de nós e a multidão em volta
Une toute petite lumière
Just a little light
Una picolla, em todas as línguas do mundo
Uma pequena luz bruxuleante
Brilhando incerta mas brilhando aqui no meio de nós
Entre o bafo quente da multidão
A ventania dos cerros e a brisa dos mares
E o sopro azedo dos que a não vêem
Só a adivinham e raivosamente assopram
Uma pequena luz, que vacila exacta
Que bruxuleia firme, que não ilumina, apenas brilha
Chamaram-lhe voz ouviram-na, e é muda
Muda como a exactidão, como a firmeza, como a justiça
Brilhando indeflectível
Silenciosa não crepita
Não consome não custa dinheiro
Não é ela que custa dinheiro
Não aquece também os que de frio se juntam
Não ilumina também os rostos que se curvam
Apenas brilha, bruxuleia ondeia
Indefectível, próxima dourada
Tudo é incerto, ou falso, ou violento: Brilha
Tudo é terror, vaidade, orgulho, teimosia: Brilha
Tudo é pensamento, realidade, sensação, saber: Brilha
Desde sempre, ou desde nunca, para sempre ou não: Brilha
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
Como a exactidão como a firmeza, como a justiça
Apenas como elas
Mas brilha
Não na distância. Aqui
No meio de nós
Brilha
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
Doce de Agosto
A gente pensa devagar, aliás,
nem há vagar com tanta solicitação,
apelo, corpo em pêlo, praia, verão, turismo
Turismo: globalização, habituação
Calote: incomoda-pé,
dívida pública, polar...
Que interessa isso?
Desde que haja gelo no copo...
"vamos beber o drink de fim de tarde"!
Depois, depois, muito depois,
o depois-nunca... o clima,
o vórtice do funil a afunilar a vida
O que nos vai valer é o que irá haver:
colónias de férias em marte
pagas a bitcoins
«««
uma boca só
dá dó
revela fome
fome essencial
doutra boca
como pão para a boca
vital!
«««
hajota (palavras e foto)
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domingo, 25 de abril de 2021
![]() |
Yona Friedman (foto minha) |
a Revolução foi ontem
hoje é que é o dia de pôr o cravo
na ponta do mastro para que navegue
na ponta da vela para que vele (por nós)
na ponta da espingarda para que o medo não volte
na ponta da língua para que a esperança e a utopia não esmoreçam
na ponta do propósito do que falta cumprir
e ainda há tempo no nosso (a não esquecer)
hajota
domingo, 21 de março de 2021
Havemos de ir ao futuroe, quando lá chegarmoshão-de estar todosjuntos numa festa..[...]Filipa Leal
![]() |
Van Gogh, amendoeira em flor, fonte -web |
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Tudo como dantes?Estava eu aqui a picargrãos de milho tictic tictictic tic…e a pensar de papo vazioonde andará o tempo como dantesHavia melão e melancia e arroz doce, e…E sorrisos e alvoroço e tropelno soalho e corridas à volta da mesa eno quintal da amendoeira a depenar-sedo branco em pétalas… da gente miúdaE a graúda esquecidaem copas e paus e ouros e espadasdo tempobiscando tanta copulativa(é certo)mas era o modo de se ligarempessoas e coisas acrescentandotempo ao tempoEm ambiente familiar dispensavam-sevírgulas formaisE agora tictic tictictic tic
hajota