Uma certa quantidade de gente à procura
de gente à procura duma certa quantidade
(início do poema de Mário Cesariny com o mesmo título)
Mário Cesariny, linha d´água |
-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-
À tarde, antes que o sol
se atole
no horizonte da incógnita
fico no sobressalto do
encontro.
Sento-me nas pedras
gastas
do cais e espero. Confio nela.
A noite há-de trazê-la de
volta.
E volta terça, fria, às
vezes confusa,
sempre desgrenhada, mas
com a ânsia de ser tomada.
Penteio-lhe as algas
verdes
revoltas, até que o brilho se faça e,
por entre os dedos, escorram
madeixas em linhas de ouro.
E o esteio de mansas
bordas
verdes aloire e alargue
de águas.
No descaminho dos dias
pardos
inspiração é a luz que me guia.
hajota