Keeping Quiet
E se assim fosse
nem que fosse
por um dia apenas
o fim de todas as penas ?
por um dia apenas
o fim de todas as penas ?
Perhaps!
Hajota
Fui descansar os olhos ao rio
do vento que vem de longe
donde os barcos perdem o fio
que os conduz ao norte
donde os barcos perdem o fio
que os conduz ao norte
Mergulhei os pés
na água
e senti um frémito no mar
aflito encarapelado: a mágoa
de mil pássaros
a estrebuchar
Olhei no cais o mastro
de marear
e das gaivotas
que faziam vela
na esperança de
chão para amar
nem uma restava vinda nela
Vi apenas o arrepio negro
dos corvos em
conciliábulos
com ar
pestilento de egro
na vã figura de mandar: ridículos
impantes na sua
putrefacção
com armanis sedas
e perfumes
simulam actos de
compunção
quando lhes chegam
queixumes
dos mil pássaros
a estrebuchar
alagados sem
asas de voar
São servidos à hora
de jantar
logo e até quando calhar
Vou descansar os olhos ao rio
hajota
Descansar os olhos no rio é uma forma poética de tentar esvaziar a mente de tanta coisa ruim.
ResponderEliminarUm abraço Agostinho.
O mundo está (está sempre!) a passar um muito mau bocado. E os humanos estão (estão sempre) a dar de si imagens muito negras. Não há pior espécie do que a nossa... Que deus nos fez, nos amassou?
ResponderEliminarA imagem que escolheu para ilustrar este angustiante poema é linda!!
Beijinho.
Um poema muito lúcido que aborda de forma muito subtil o drama do mundo actual...
ResponderEliminarO mar é contemporâneo e cúmplice de todos os silêncios, de todos os gritos. Ir "descansar os olhos ao rio" e deixar que a vertigem da corrente se torne solidária com todos os que sofrem...
Belo, este poema, meu amigo.
Um beijo.
água que levas as águas
ResponderEliminarBelo poeta
Um poético e muito belo título, AGOSTINHO.
ResponderEliminarÉ preciso saber se as águas não correm barrentas.
Um abraço.
E nós passamos aqui para lavar a alma com os seus escritos, Agostinho.
ResponderEliminarGrande abraço
de uma maneira subtil e com palavras certas se faz um poema muito actual.
ResponderEliminare é sempre bom descansar nossos olhos e nosso olhar a ver o rio.
muito bom o poema.
um beijo
:)
E quem não relaxa ao olhar o mar? Quem não se deixa embalar pelas ondas e se perde no horizonte??? A desejar que tudo o que está mal desapareça....
ResponderEliminarLindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
que rios de águas límpidas (nos) lavem o olhar e dulcifiquem as dores presentes.
ResponderEliminarbelo e sensível poema.
forte abraço
Tudo se move
ResponderEliminaraté os teus olhos nas águas em movimento
Belo poema
O labirinto azul é lindo...
ResponderEliminarA imagem dos pássaros a estrebuchar é feia e triste.
Talvez um dia as coisas fiquem certas, por esse mundo fora.
A tua poética muito inspirada, profunda e com uma simbologia sofisticada que
ResponderEliminarrequer várias leituras na trilha dos códigos desta obra de arte,
jamais decifrá-la, apenas sentir este belo voo poético...
O título de uma beleza poética sublime:"Alagados sem asas de voar".
O poema em si, belíssimo, sensível, revelando a humanidade do poeta (e todos nós)
que ficamos paralisados diante do horror da frieza e perversidade do próprio
homem que desconhece a sua raça humana...
"Vou descansar os olhos ao rio"
O olhar do poeta precisa de refugio,
o mundo pesa com as suas feridas abertas...
Beijo.
Ps:O teu comentário-poema tão terno e belo chegou ao meu coração, minha emoção...
Grata, Poeta!!
ResponderEliminarthank you
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~~~
ResponderEliminar~~~ Anda o país
mergulhado num circo, onde abundam sorrisos cínicos
e o amigo brinda-nos com um poema atormentado...
~ Descanse Poeta
e pense que «depois da tempestade vem a bonança»...
~~~ Abraço. ~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Quem sabe, depois de “descansar os olhos ao rio” consigas ver ao longe, lá onde o horizonte aplaina o olhar, uma pequenina chama a que alguns chamam de esperança, e mesmo sendo tão pequenina, os olhos que descansaram ao rio conseguem enxergar...
ResponderEliminarAgostinho, te mando um terno abraço deste outro lado do mar, onde também divisamos “a mágoa de mil pássaros a estrebuchar”...
E vamos continuar a descansar os olhos ao rio...
Com afeto,
Helena
Este olhar mágico perscrutando o mistério de viver "ao descansar os olhos ao rio do vento..." e revelando a forma multivária de ser poeta...
ResponderEliminarForte abraço, Agostinho!
servem-nos a angústia ao jantar...
ResponderEliminarnão deixemos que o sal das lágrimos nos tolde o olhar....
forte abraço
O rio é sempre a água a cantar.
ResponderEliminarBeijinho. :))
Descansamos os olhos no rio, mas não deixamos de perceber o que nos espera lá na frente.
ResponderEliminarPoema genial, Agostinho.
Beijo.
A canalha tem poderes clarinhos
ResponderEliminarAbraço
Povo que lavas no rio... Possamos ir além das águas, além dos labirintos, além da dor.
ResponderEliminarBeijinhos, Agostinho. :)
✿༽
ResponderEliminarAs águas sempre passam, sejam límpidas ou barrentas, sempre se renovam.
É bom "descansar os olhos ao rio", sempre há um fio de esperança.
Ótima semana!
Beijinhos.
✿✿ه✿✿ ܓ
OI AGOSTINHO!
ResponderEliminarBELEZA, DÚVIDAS E DENÚNCIAS EM TEU POEMA.
LINDO E TOMARA PODERMOS DESCANSAR NOSSOS OLHOS AO RIO, SEM TERMOS LÁGRIMAS NELES.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Nada melhor que descansar os olhos no rio, porque ele levará para longe as imagens feias que não queremos guardar...
ResponderEliminarAbraço.
Belíssima parábola!
ResponderEliminarHaja sempre um rio, ao menos, para podermos descansar os olhos...
(mar encarpelado: uma gralha no meio dos corvos?)
as vãs figuras de mandar
ResponderEliminarmelhor sim, é descansar os olhos na distância de um rio
um abraço