quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Tempos de verde

foto: Gilberto Jorge






Tempos de verde no meu corpo, sim,
nas noites pintadas a negro das botas
para que o medo na voz não se visse
e o dia imprevistamente não se tingisse
de rubras papoilas definitivas do fim.
Cantava. Cantava a embrulhar as horas:
“a morte saiu à rua num dia assim".




hajota

16 comentários:

  1. A vida nasce jovem com o verde dos sonhos. Todos cantamos enganando as horas, mas um dia aparecem as cores rubras das papoilas que brilham nas tintas das botas.
    Momentos para pensar.

    ResponderEliminar
  2. Um verde que começa a ser castanho por estes dias mais acinzentados, Agostinho.

    ResponderEliminar
  3. Tempos de verde, assim o espero.

    Nada como o recomeço e a vontade de querer.

    Beijo

    ResponderEliminar
  4. ~ ~ Eu entendo o seu corpo vestido de verde, botas negras, medo, campos tingidos como se fossem papoilas.

    ~ ~ Tempos em que a morte andava permanentemente na rua...

    ~ ~ A foto da "picada", está muito bem selecionada. Haverá por lá minas?

    ~ ~ ~ Um belo canto de Poeta. ~ ~ ~

    ~ ~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~

    ResponderEliminar
  5. Tempos de medos
    que não sei se alguma vez tivemos
    talvez porque cantávamos
    e a picada se fazia clara
    e a noite se fazia dia

    ResponderEliminar
  6. Tempo para renovar, para ter esperança.... Será possível? Temos que acreditar...
    Brilhante...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  7. Cantar é con-viver com a morte ! Gostava de saber alegrar seus versos.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  8. Os tempos do medo. Os tempos da esperança. Tempos do Zeca. Tempos nossos também...
    Um poema que me tocou imenso.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  9. Muito bonito,
    Boa noite, Agostinho. :))

    ResponderEliminar
  10. A morte também me assusta...

    Belíssimo, querido.

    Beijinho.

    ResponderEliminar
  11. Rubras papoilas, de sangue, tingindo as botas negras...
    Tempos de pesadelo...

    ResponderEliminar
  12. Boa tarde, excelente partilha da bela foto e texto, eu pessoalmente tenho medo da morte, penso que toda as pessoas tem medo de morrer.
    Ag

    ResponderEliminar
  13. Pois... a morte sai sempre à rua num desses ou d´outos...
    Saudações poéticas!

    ResponderEliminar
  14. A morte pode escolher sair num dia que se vestiu de rubro!

    Beijinhos Marianos, Agostinho! :)

    ResponderEliminar