quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Porque te fechaste


desenho_M.ª Rita



Porque te fechaste suspensa
em cabides de incerteza
e esqueceste a brasa acesa
nas horas da noite imensa
que sublimámos neste verão?

Quando cerraste as janelas
no medo da memória,
em equívocos de finória
negaste os odores marcados nas velas?

Pois estende-as agora que chove
dos beirais onde te acoitaste,
lança à rua qualquer traste:
o tudo e o nada que te move.


hajota



29 comentários:

  1. Uma invectiva, Agostinho?
    Aquele abraço, votos de bfds

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    1. Pode ser, Pedro, pode ser. Depende do rece(p)tor.
      Boa semanada, pelo Oriente.

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  2. Poesia diferente.
    Momentos pessoais?
    Comparações arriscadas.

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    1. Boa noite, Luís. As imagens que vemos refle(c)tidas a cada manhã nos rostos que nos atravessam a vida, a cada esquina têm disto. São estórias sussurradas em coloridos adaptados à narrativa de cada a(c)tor/autor. São pasto abundante.

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  3. Medo de arriscar? Do compromisso? Mas então não vive...
    Gostei...
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. O quadro que apresentei é infelizmente < > frequente. A gente sente a cada esquina um espelho.
      Bj, Marta

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  4. O poeta sempre inquieta, sensível demais.

    Tantos porquês, tanta questão no universo da vida.

    Beijinhos, Agostinho

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    1. Na inquietude dos dias as nuvens mascaram montanhas alcantiladas. E a gente vê e sente.
      Bj

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  5. Gostei da poesia !
    E o desenho não lhe fica nadinha atrás !

    Um abraço e bom fim de semana, caro Agostinho.

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    1. Obrigado, João Menéres.
      A autora, nascida na Lapa, presenteia-me com muitas e variadas obras. Quem sabe não virá a expor em Serralves, por exemplo (espero eu)? Estou a brincar.
      Abraço e boa saúde!

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  6. A crise do amor... O desgaste dos dias... A fadiga... A deriva, às vezes...
    A catarse sempre benéfica!

    Belo POEMA!

    (PS: Quem é a Maria Rita do desenho? Será quem estou a pensar?)

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    1. As palavras vêm à tona dos dias. Nascem claras/os ou turvas/os consoante a circunstância e a distância. E há gente, eu, que vê e se vê em espelhos (alheios) que surgem a cada esquina. É a sina de Pessoa!
      Essa mesmo que estás a pensar.
      Já cheira a tinta?
      Grande abraço.

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    2. Eu logo calculei... Mas por outro lado, com a idade dela, parecia-me difícil... Fantástico! Vai longe a piquena! Admirável o sentido estético, a riqueza da imaginação, a expressividade, o equilíbrio. Está aí um talento seguro!

      Ainda não se sente o cheiro da tinta, mas não tardará! Está no prelo! O mês de Março vai ser um grande mês, espero! Ou talvez peça um tempinho a Abril...

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  7. Cerrar as janelas no medo da memória... é não querer saber o cheiro do luar quando a alma está saciada...
    Um beijo, Agostinho.

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    1. Palavras sábias extinguem infernos.
      Obrigado, Graça, pela sua presença.

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  8. Em versos nostálgicos, inquietos e revoltos, expões a tua indignada saudade... Gostei muito!
    Deixo a ti um forte abraço e os votos de um excelente final de semana.

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    1. Bem vindo a esta janela.
      O que é imperioso mesmo é vender iIusão, urgentemente, porque a(s) real(idade(s)) é crua.
      Abraço.

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  9. e no entanto a Maria Rita convidou o príncipe para jantar

    um abraço

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    1. Nem mais, Manuela. A M.ª Rita é um encanto talentoso.
      Grato pela sua presença muito especial.
      Abraço amigo.

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  10. Gostei muito do poema, mas adorei o desenhinho da Maria Rita, que além do mais tem um nome bonito!
    Boa semana para si:)

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    1. Obrigado Isabel pela presença que muito aprecio. Ela é (mesmo) muito bonita.
      Bons sorrisos dos seus meninos!

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  11. ~ Noites quentes de Verão memoráveis provocam incertezas em tempos de chuva. ~

    ~ ~ Um poema saudoso que canta o amor dum modo especial! ~ ~

    ~ ~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~ ~
    .

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    1. Obrigado, Majo. De olho clínico à cata as excrescências soltam-se na leitura atenta. Um "modo especial"(íssimo).
      Bj amigo.

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  12. por vezes é isso que acontece.
    o poema pode ter várias nuances eu interpretei a minha e gostei.
    os desenhos tb estão bem acompanhados.
    um beijo amigo
    :)
    já voltei ao meu espaço...debilitada mas, já lá estou.
    :)

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  13. É isso mesmo, Sol, nisto não há axiomas: cada um é o que é, cada um com a sua "verdade", cada um uma realidade.
    Obrigado pela apreciação.
    Vou agora à praia ouvir o sussurro do mar.
    Bj.

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  14. Agostinho o desenho e o poema são muito bonitos. Uma futura ilustradora?
    Boa tarde. :))

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  15. Há muita força neste poema.
    Parabéns por isso.

    Um abraço

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  16. Ou outros podem ser enigmas bem como nós próprios.

    A humanidade não tem manual daí a sua beleza.

    Restam-nos os questionamentos.

    Beijinhos


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  17. Pedindo assim, quem recusará? :)

    Beijinhos, Agostinho! :)

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