vicent van gogh - web |
Ao meio-dia o sol derretera
a sombra nas encostas da manhã
e, a partir daí, dobrou-se
para o outro lado,
onde nos troncos crescem asperezas,
ao princípio em tons rosados
e, impercetivelmente,
ao ritmo da rotação dos ponteiros
que apontam os prazos,
gretam lágrimas
que afloram das profundezas
à superfície da alma,
logo evaporadas
pelo calor das três da tarde.
Depois, imprevistamente, vem
um vento do lado norte
e os gemidos misturam-se
ao borbulhar das fontes.
De quando em quando o trau
de um galho que se quebra,
desfaz ilusões que se vão em trau-
matismos repentinos,
sem nota prévia na agenda da rotina.
Sem que os ponteiros parem
apontam subitamente:
- está na hora se seres reciclado,
barro para olaria ou cinza para jardim,
consoante vagares marmóreos
ou pressas de lume se moldem
ao gosto do negro.
E foi-se, pelo fundo do vale,
até ao rio onde barco e barqueiro
o esperava no dia um de janeiro.
hajota
Há sempre o tempo para sermos levados pelo barco. A vida, no seu curso natural.
ResponderEliminarBeijinhos, Agostinho! :)
Dias mais claros virão, Poeta
ResponderEliminarTemos essa impressão como certa
Ocorrem-me outras alvoradas
o sol a brilhar a brilhar para todos nós
num dia qualquer que seja
Uma belíssima alvorada, Agostinho
ResponderEliminarApontamentos, olhares que só o poeta consegue discernir.
ResponderEliminarMuito belo, Agostinho!
Beijinhos
E segue a sombra do Sol e espera que nasça outra vez para que limpe a escuridão...
ResponderEliminarLindo... Adorei a pintura....
Beijos e abraços
Marta
Agostinho,
ResponderEliminarUm poema belíssimo, muito bem concebido.
Desejo que esteja bem.
Boa noite. :))
depois,
ResponderEliminarde um dia assim
um abraço, Agostinho
Um pouco trau-matizante, quiçá...
ResponderEliminarEssa parte da reciclagem deixa um cristão de banda...
Bons lampejos, não obstante. Sente-se a veia!
Bom Ano!
Nas horas do sol sem sombra, há um poeta a olhar a Natureza com o coração e a sentir o vento e a saber que as árvores serão barcos um dia qualquer...
ResponderEliminarUm belíssimo, poema, amigo Agostinho.
Um beijo.
Belíssimo poema que só um olhar de poeta amante da Natureza consegue captar!
ResponderEliminarBjs
ResponderEliminarAo completar 10 anos de blog
não poderia deixar de agradecer pelo seu carinho amizade,
e companheirismo.
Uma década se passou quantas coisas aconteceram,
quantos momentos vividos de pura emoção.
O meu muito obrigada por fazer
parte dessa década vivida ...
Foram dias e horas dedicadas de coração,
e alma que me permitiu viver e sonhar intensamente.
Hoje gostaria de encontrar com todos
amigos e amigas que por minha vida passaram
e juntos cantar parabéns pelos 10 anos.
Se eu pudesse abraçaria todos mesmo distante
agradeceria a riqueza que ganhei de Deus.
A amizade mais linda que já pude ter nessa minha existência.
um feliz e abençoado final de semana.
Evanir.
um poema em re-nascer em dia primeiro do ano.
ResponderEliminarmuito belo, como aliás tudo o que escreve.
o meu dia primeiro do ano é sempre de saudade, o hajota sabe, pois comentou lá no meu espaço.
e agradeço-lhe reconhecida a leitura que fez e o comentário, sempre tão generoso.
obrigada.
:)
Roubem-me tudo menos a liberdade
ResponderEliminarOI AGOSTINHO!
ResponderEliminarE ASSIM É, NUMA SUCESSÃO INTERMINÁVEL DE DIAS... ANOS...
LINDO, AMIGO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
~ ~ Muito interessante e belo, o seu poema Agostinho. ~ ~
ResponderEliminar~ ~ ~ Abraço amigo com votos de um bom Domingo. ~ ~ ~
.
Bom dia, Agostinho
ResponderEliminarÓptima alegoria!
Tal como o ano se esvai em fumo - o fumo do fogo de artifício - também o homem se esvai nas brumas do rio onde o barqueiro o espera.
Gostei imenso.
FELIZ 2015
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS