Não adianta moer mais a cabeça
em conjugações de tom imperativo
expedições cuidadosas nas ordens
na exploração noturna da harmonia
havendo problemas de hardware
Não adianta consumir erudição
escolástica de latim imagético
em libidinosos e esconsos becos
na procura do par que lhe compete
havendo problemas de hardware
Não adianta zelo de semiótica
a mensagem não segue até os pés
se o coração está em fibrilhação
e perros os pés justos e perfeitos
haverá problemas de hardware
Não adianta se as deambulações
perdem regularidade que o par
antes uma luva em bilros de linho
agora se aquieta frio e murcho
haverá problemas de hardware
Deixaram de dançar e até andar
inertes sem préstimo limitados
a excrescências existenciais
pornografia de formações tróficas
O fio que os liga ao coração quebrou
O mal revelou-se tão subtilmente
na roupa - lã peúgas botas pijama -
em progressão livre dentro da cama
roubando espaço ao traçado das curvas
e no entanto frios frios os pés
Não adianta pois esperar milagres
promessas cleópatras e salomés
danças tentações som de sinfonias
a não ser romances epifanias
nas químicas da molécula azul
hajota
dali_a_persistência da memória |
Teremos que arranjar um escalda-pés e fazer o corpo e a alma aquecerem-se em conjunto.
ResponderEliminarBeijos, Agostinho. :)
Vale sempre a pena, Agostinho.
ResponderEliminarE não vale dizer não adianta.
Aquele abraço
Até ser outro dia
ResponderEliminarAbraço
Mas temos que ter esperança.... Mesmo que se conquiste apenas um momento....
ResponderEliminarObrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Carpe diem... Mas com o hardware em condições!
ResponderEliminardizem que a esperança não morre...
ResponderEliminare há um sempre um amanhã, pronto e ressurgir no calor do sol.
muito nostálgico o que não é habitual na sua poesia.
gostei no entanto da maneira sui-generis como desenvolveu o tema.
um beijo
:)
~
ResponderEliminar~ ~ ~ Eloquente inspiração!!
Normalmente, estes problemas originam outro tipo de explosões,
mas desabafos a confidentes de poeta, são delicados e cantantes...
~ ~ ~ «Carpe diem», amigo...
~~~~~~Abraço~~~~~~~~~~
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Problemas de hardware, um labirinto sem emoções... O poeta não se deixa asfixiar por isso e subverte a cada momento a espessura das sombras para encontrar a luz das palavras.
ResponderEliminarUm beijo.
Coisas estranhas. Hardware desfasado das pessoas ou do tempo.
ResponderEliminarPessoas desencontradas nos espaços do amor, do entendimento, da partilha.
Alguma receita mágica??
Talvez uma limpeza das roupas interiores e exteriores. Talvez as traças nos dêem descanso.Talvez assim se limpe a alma.
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ResponderEliminar.
. adianta a palavra que aqui se adianta . porém . no tempo certo .
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O mundo virtual ainda não substituiu o encontro real. Pode ser que aproxime, vença as distâncias impossíveis. Mas nada substitui o calor do encontro humano. Mesmo assim, é um belo poema.
ResponderEliminarAbraço, Agostinho.
não sei,
ResponderEliminarpodemos sempre dar um nó no fio que nos liga ao coração e reaprendemos as palavras
シ
ResponderEliminarPassei para uma visita.
O hardware deveria estar a serviço do poeta!...
Certamente que há esperança porque o poeta tudo pode!...
Ótima semana!
Beijinhos.
♬♪ه° ·.
Agostinho,
ResponderEliminarA sua poesia não é fácil. Este poema bem podia ser barroco.
Parabéns.
Boa noite. :))