domingo, 22 de novembro de 2015

O ofício dos sentidos


http://ultradownloads.com.br/
O que fazer no cinzento?
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Eu não sei se me salvo ou se me perco
ou se és tu que te perdes e me salvas
só sei que me redimo quando peco
e corpo a corpo ao céu vão nossas almas.

Manuel Alegre, Sete soneto e um quarto, D. Quixote




https://lasindias.com/






Caída a noite trespasso a sombra que me confunde
Com o tatear cego as mãos arengam latitudes
à cata do pressentimento reverbado - os batuques 
de bumbo no mais recôndito âmago do coração
E na aspiração os aromas vindos na brisa que corre
do fundo na planície - o do trigo loiro molhado
 junto ao vermelho quente nas papilas de gustação
- é quando se rompe o breu da noite em luminosas clareiras
Só então os olhos se acalmam na virtude em contemplação
da silhueta negra que surge da mais profunda escuridão.


2015-11-20

hajota

28 comentários:

  1. Só se apazigua o coração noutro coração.

    Beijos, Agostinho. :)

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  2. Referências, sempre as eternas referências... Então, sim, o mundo ganha contornos.
    Sempre bem, Agostinho.

    Um abraço

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  3. Há sempre uma esperança em cada coração de cada homem de boa vontade.

    Beijinhos e desejo-lhe uma boa semana:)

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  4. Há sempre uma sombra que se desenha....Mas há também luz que abre caminho por entre o cinzento...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  5. "Só então os olhos se acalmam"
    que o negro também é cor

    e não há cinzento que vença
    (apesar daquela lágrima
    suspensa na vidraça)

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  6. É com belos poemas assim, que se dá cor aos dia cinzentos.
    Bjs

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  7. Nem imagina a felicidade que sinto,
    quando Deus me permite visitar pessoas que tenho guardado no coração como amigo.
    Fui me ausentando para cuidar da saúde meu blog por pouco ñ fica sem ninguém me visitar.
    A alegria que sentia a algum tempo atrás morreu dentro de mim.
    Do fundo desse coração triste e amargurado por diversas vezes pensei em parar ,
    mas ñ esta descartada essa ideia.
    quem sabe vou me sentir melhor menos triste.
    Sinto falta das trocas de gentilezas que imaginava nunca ter fim.
    Que saudades de quando homenageava os blogs e levando sempre
    um blog novo para meus amigos conhecer..
    Desde já peço perdão pelo desabafo ,
    mas acredite meu coração nunca doeu tanto como agora.
    Uma semana abençoada beijos paz e luz.
    Sempre sua amiga.
    Evanir..

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  8. Mais um escrito de pura excelência, Agostinho.
    Aquele abraço, boa semana

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  9. A noite desenhada na memória dos sentidos. O olhar incendiado no escuro a convocar a luz...
    Um belo poema, meu amigo.
    Um beijo.

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  10. ~~~
    Sentidos e sentimentos preciosos...

    ~ Belo poema, Agostinho.
    ~~ Bem urdido e sentido.

    ~~ Abraço, Poeta amigo.
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~

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  11. Boa tarde, maravilhoso poema que transforma os dias coloridos.
    AG

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  12. procurar a calma na escuridão pode ser um equilíbrio para o mundo conturbado que vivemos.
    sempre, os sentires do poeta aliados a uma forma de poetar muito intensa e sensível.
    meu beijo hajota
    :)

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  13. Agostinho,
    Nem tenho palavras.
    É belo.
    Boa noite.

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  14. Em dias cinzentos só as cores nos salvam... e são todas tão belas.
    Belíssimo esse olhar de quem vê com o coração.

    Beijinho.

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  15. Muito obrigada, meu Amigo, pelas palavras carinhosas deixadas no meu "Ortografia". Gostava muito de poder conhecê-lo lá onde "o Rio desagua as águas cristalinas da Estrela, em Março quando os dias libertam a força toda da natureza". A Figueira da Foz é a terra onde nasci.
    Um beijo, Agostinho.

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  16. Não podemos ignorar que os tempos de sombra despertam a luz . Assim, a voz iluminada do poeta eleva- se em uma única intenção: PAZ.
    . Abraço.

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  17. Bela partilha com a poética do Manuel Alegre (uma descoberta poética apaixonante para mim..)

    Gosto destas pistas dos teus símbolos poéticos:
    O oficio dos sentidos, o que fazer no cinzento?
    do trigo loiro molhado...

    Uma viagem de olhos fechados que transcendem
    os sonhos na imagem recolhida...

    A tua oficina poética brilha ao toque
    da tua originalidade tão bela.
    Bjs.

    Ps: Gosto também da originalidade bela dos teus
    comentários no meu blog... Grata, viu!?...

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  18. Palavras incandescentes, espirais azuis, para que nada se perca e os olhos se acalmem.
    Belo poema. Haja rigor, haja vigor.
    A propósito, gostei do teu mergulho na minha seara.
    Muito agradecido, caro Agostinho!

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  19. Que beleza de poesia.

    Gostei demais desta luz.

    Beijo

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  20. Em tempos de outono a paleta de cores oferece dourados avermelhados laranjas-mel
    _ e meu coração vai desenhando silhuetas nas noites da primavera.
    Porque me confundo com os hemisférios tão distantes tão desiguais mas tão harmoniosos...
    obrigada Agostinho _ poema sempre inspirados!
    meu abraço

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  21. O que fazer no cinzento? já disses-tes bem nessas lindas palavras.
    Há muitos que não conseguem nem contemplar...
    Bela imagem.

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  22. Os meus aplausos para este poema, que é brilhante.
    Caro Agostinho, tenha um bom fim de semana.
    Abraço.

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  23. o que fazer no cinzento, ao bater do coração


    um abraço, Agostinho


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  24. .

    .

    . que nos possamos rever . nos matizes teimosamente defenestrados pelo cinzentismo .

    .

    . belíssima composição . a.quatro.mãos .

    .

    . um abraço .

    .

    .

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  25. Rasga-se o cinzento com uma luzinha ao longe, tomando isso, como uma nesga de esperança.

    Um bom sábado,para si Agostinho!

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  26. Um belíssimo poema!!!!
    Adorei descobrir este espaço, pleno de excelentes escolhas, entre imagens e palavras...
    Se nos desejar descobrir a nós... estamos em artandkits.blogspot.com e adoraríamos ter a sua presença por lá.
    Temos um espaço também ligado à fotografia... com algumas palavrinhas, pelo meio...
    Abraço! Bom domingo!
    Ana

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  27. A de(gustar) esta poesia num primeiro contacto agradável!

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