Luc de Clapiers, imagem da Wiki |
Lembrei-me, ao ler hoje o "Escrito na Pedra", na última página do Público, de ir buscar à gaveta dos rabiscos este Corrupções. A frase "Antes de atacar um abuso, deve ver-se se é possível arruinar-lhe os alicerces" é do escritor francês Luc de Clapiers, Marquês de Vauvenargues (1715 - 1747).
Faz-se ao som de ladainhas
juros capital spread euribor
e outros latins financeiros
em nome do pai o supremo:
o som do dinheiro engrossa
fungos e empreiteiros.
Engrossam unhas cunhas
facilitações comissões
distribuídas pela pirâmide
multiplicam-se passos
e à força de buldozer os espaços
Onde havia revelo relevante
a chatice da cidade dormitório.
Alastram fantasmas e miasmas
a construção da ruína nasce
da horizontalidade da bolha
da ditadura redutora do relevo
(Retirem o peito à Miquelina
e vejam como o que era lindo fica chato!)
de teu poema
ResponderEliminartudo é (permanece) actualidade
Lindo era Santo António dos Cavaleiros
nos arredores da cidade
enorme mamelão
semeado de betão
Linda era o Outeiro da Polima
e mais abaixo
e mais acima
e até
na outra margem
onde reinava Xavier de Lima
Na grande Lisboa
Oeiras
onde ainda há gente boa
que trabalha na Teixeira Duarte
que tem engenho e arte
para continuar a construir
Vende-se? Não se vende?
Que importa
isso agora
Andei à procura do "Escrito na Pedra" de hoje, mas não encontrei. A frase de Clapiers é digamos que...profundamente interessante e racional...o poema retrata esta época de compadrios e interesses económico-políticos...os 2 versos finais, muito bem colocados entre parêntesis, fizeram-me lembrar o quadro "A Política - A Grande Porca" de Rafael Bordalo Pinheiro!
ResponderEliminarApesar de não conhecer, a foto da Amadora, a ilustrar o escrito, será de há algum tempo atrás...
bjinho
É por isso que precisamos de estar um centímetro de chão e apreciar as coisas belas e simples da vida sob pena de nos contagiarmos com o ruido do mundo...
ResponderEliminarAbraço
Estamos numa selva de Betão e parece que o pouco verde está condenado... Onde está a Beleza?
ResponderEliminarO que interessa é salvaguardar os próprios interesses...
Beijos e abraços
Marta
A corrupção está no sangue de muitos.
ResponderEliminarCoitada da Miquelina...
Um magnífico poema, gostei de ler.
Agostinho, bom resto de domingo e boa semana.
Abraço.
Nesta África branca das Europas
ResponderEliminarnas próximas urnas
tudo devia ser mais claro
Uma novilíngua, Agostinho.
ResponderEliminarCheia de estrangeirismos, de tecnicidade, fechada, opaca.
Aquele abraço, boa semana
A corrupção é insidiosa. E a pior é aquela que está de "acordo" com o que está estabelecido. "Engrossam unhas cunhas
ResponderEliminarfacilitações comissões"
A verdade é que a ideia dominante é mesmo esta. São as pequenas corrupções que geram as grandes...
Um poema para pensar, meu amigo Agostinho.
Um beijo.
~~~
ResponderEliminar~ ~ ~ Sempre bem vinda a sátira perfeita...
Uma ação comunitária que devia envolver mais os cidadãos, pois eles
- os dos buldozeres - podem tudo e fazem tudo o que o pobre não pode,
por lhe faltarem luvas...
Ótima e muito pertinente crítica à cronicidade de maus hábitos sociais.
~~~ Abraço amigo, Agostinho. ~~~
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
Madrinhamiga
EliminarAVISO
MAIS UMA VEZ ACONTECEU-ME UMA PORRA: O MEU IMEILE DA SAPO PIFOU!!!!!!!!!
O BLOGUE FICOU, POR ISSO, PODES CONTINUAR A ENVIAR COMENTÁRIOS!!! MAS ESTOU SEM POSSIBILIDADES DE ENVIAR TEXTOS!!! ESTOU QUASE A FICAR DESANIMADO...
MAS VOU TENTAR ABRIR UM NOVO IMEILE NUMA PLATAFORMA INDIANA. DEPOIS ENVIAREI O SEU ENDEREÇO - SE O CONSEGUIR FAZER...
Bjs da Goesa e qjs do afilhado Leãozão
Que dizer?
ResponderEliminarMais uma pérola de um excelente cultor da mordacidade poética ou, se se preferir, da poesia mordaz.
Incisivo, certeiro e... elegante! Como sempre...
Aleluia!
se retiram o peito à Miquelina ... tudo murcha!
ResponderEliminarantes retirem o pão para a boca!
abraço
Padecemos dos mesmo males. Aliás, os nossos são maiores porque temos uma extensão territorial maior.
ResponderEliminar"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
Senado Federal. Rio de Janeiro, DF
Ruy Barbosa
Forte abraço,
Gostei de le.
ResponderEliminarMesmos em conseguir erradicar a origem, deve.se denunciar o mal, sim
Boa semana
A corrupção sempre reinou e continua em alta.
ResponderEliminarPoema duro, certeiro, que, sem piedade.põe o dedo na ferida.
Como ainda não o fiz... desejo que o Novo Ano traga dias muito felizes.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
É o veneno perigoso e quem manipula este veneno,
ResponderEliminarutiliza a ganância, a maldade, a falta de ética
e a dessensibilização humana.
Vejamos as classes políticas (poucas exerções) com seus aliados
na capacidade monstruosa de desviar as verbas de educação, saneamento, moradia
saúde e etc.
Como muito bem diz o teu poema-denúncia:
"Alastram fantasmas e miasmas
A construção da ruína nasce"
Magistral!
Bj.
Boa tarde, a marginalização da ditadura continua, somos especialistas em formar pessoas para assaltar e retirar o peito ás Miquelinas, não é menos grave quando assobiamos para o lado num faz de contas que nada vimos, que nada sabemos.
ResponderEliminarAG
O abismo nos espera e ninguém se importa...
ResponderEliminarBeijo
a corrupção, uma praga que sempre existiu e é difícil de exterminar.
ResponderEliminarmordaz e um dedo na ferida este poema excelente.
um estilo um pouco diferente do que tens postado.
beijo
:)
beijo
:)
Obrigado pela visita à minha pagina e bom fim de semana.
ResponderEliminarAG
As mãos que manipulam as marionetas, mais apuradas que nunca, aparentemente tudo infestaram de fungos. Mas ainda por aí há dignidade, este poema é evidente prova.
ResponderEliminarGrato, Agostinho.
Abraço
Agostinho,
ResponderEliminarPerfeito.
Boa semana!:))
Esse mês estou comemorando 11 anos de blog.
ResponderEliminarÈ tempo demais dedicado a essas pessoas lindas de Deus
que fui conhecendo ao longo dessa caminhada.
Deixei um mimo na postagem se for do seu agrado
leve ficarei feliz.
E ficarei feliz da mesma forma se ñ levar eu entendo.
Um carinhoso beijo.
Deus abençoe por tudo.
E uma semana de paz .
Evanir.
Agostinhamigo
ResponderEliminarAVISO
MAIS UMA VEZ ACONTECEU-ME UMA PORRA: O MEU IMEILE DA SAPO PIFOU!!!!!!!!!
O BLOGUE FICOU,MAS ESTOU SEM POSSIBILIDADES DE ENVIAR TEXTOS!!! ESTOU QUASE A FICAR DESANIMADO...
MAS VOU TENTAR ABRIR UM NOVO IMEILE NUMA PLATAFORMA INDIANA. DEPOIS ENVIAREI O SEU ENDEREÇO - SE O CONSEGUIR FAZER...
Abç do Leãozão
Gostei de reler o teu excelente poema.
ResponderEliminarBoa semana, caro Agostinho.
Abraço.
Corrupção... vírus que contaminou o mundo... e cujo antidoto... muitos não estarão interessados em que se descubra... pois não saberão viver sem a sua Miquelina!... E isso... para os que sentem os seus efeitos na pele... é que é verdadeiramente chato!
ResponderEliminarPalavras que descodificam muito bem a realidade podre, em que vivemos mergulhados...
Abraço
Ana
Seriamos um outro país sem os corruptos que nos arruinaram.
ResponderEliminarBeijinhos, Agostinho :)