Estou voltando...
O Ofício
Recomeço.
Não tenho outro ofício.
Vieira da Silva, La recólte |
Entre o pólen subtil
e o bolor da palha,
recomeço.
Com a noite de perfil
a medir-me cada passo,
recomeço,
pedra sobre pedra,
a juntar palavras;
quero eu dizer:
ranho baba merda.
Eugénio de Andrade, Obscuro domínio, Assírio & Alvim
Para onde vão as
palavras afogadas
na garganta entrecortadas
no sopro terno do amor
no peito em alvoroço?
Para onde vão as
palavras por dizer
nos minutos de
apaziguamento
quando a ansiedade
a intranquilidade
a revolta a apatia
já alastram por dentro?
Uma coisa é ser
outra é dizer
e no amor ser
sem dizer
é vento suão
que definha à míngua
de diazepinas
hajota
Que lindo, Agostinho!! Que bem molda os sentimentos nas palavras! Gosto muito!!
ResponderEliminarBeijinho.
~~~
ResponderEliminarÓtima convalescença e seguro retorno, Agostinho.
Fico feliz, por ver que as palavras salvaram-se
e organizaram-se neste belo e tocante poema.
~~~~ Abraço amigo de boas vindas. ~~~~
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
Não me lembro se alguma vez tinha visto esta La recólte...
ResponderEliminarFicam à espera de serem ditas noutra ocasião, Agostinho.
ResponderEliminarAquele abraço, bfds
Para onde vão realmente? As palavras podem ser cruéis, podem ser alegres e no amor, tornam-se intensas...
ResponderEliminarLindo....
Beijos e abraços
Marta
Espetacular!
ResponderEliminarNem tudo se pode dizer, porque nem sempre se encontra o modo certo de dizer...para o outro entender...
bj
as palavras por vezes são alimento para a alma
ResponderEliminaras suas palavras nunca se vão perder por aí
podem apenas voar
mais um belo momento de poesia!
beijinho
:)
Sempre o Grande Eugénio !
ResponderEliminarE a HVS sempre mais !
Excelentes peças, AGOSTINHO !!!
Um grande abraço.
lancinante uivo à Lua...
ResponderEliminarquem muito ama, muito sofre.
belo poema
abraço
Às vezes as palavras ficam trancadas no labirinto da boca adiando o poema. Só os poetas conseguem recuperá-las e torná-las mágicas e fascinantes. Como no seu poema, amigo Agostinho.
ResponderEliminarUm beijo.
Na labiríntica forma de se ser, existimos nós e os outros. E é esta ponte que, muitas vezes, não utiliza os materiais mais adequados.
ResponderEliminarPertinentíssimo, Agostinho.
Um abraço
Com o nosso Eugénio
ResponderEliminarabraço aos dois
mesmo que as palavras nos embarguem
Abraço
Gostei muito do seu poema que dialogou com o poema de Andrade.
ResponderEliminarTambém não conhecia este trabalho de Vieira da Silva que casa tão bem com os dois poemas.
Parabéns Agostinho.
Um bom Domingo!:))
Não me apercebi que esteve doente. Vi agora no comentário da Majo.
ResponderEliminarContinuação de boa recuperação.
Os poemas são lindos, os dois.
Não conhecia a pintura da Vieira da Silva:)
Bom domingo, Agostinho:)
As palavras afogadas no seu fluxo de saída, a emoção
ResponderEliminarrecolhida no seu ponto interior. O rio da emoção na palavra
poética, que segue na bela trilha do coração do Poeta
que sabe dizer!...
O teu todo de arte numa expressão ampla e sempre bela
que nos presenteia a cada leitura!...
Bjs.
Mais PALAVRAS para quê?
ResponderEliminarO vitral está perfeito; em luz e cor!
Acho que, por vezes, as palavras perdem-se nos abraços e nos olhares ternos de quem também ama.
ResponderEliminarUm abraço, Agostinho.
As palavras por dizer... muitas... acabam por encontrar um caminho para serem ditas... na forma de prosa ou poesia, de algum autor ou poeta...
ResponderEliminarNas demais pessoas, sem tal talento... talvez fiquem guardadas na falta de coragem que lhes faltou... ou na coragem que esperam ter... para um dia as dizerem...
Adorei as palavras de Eugenio... recomeçamos... da mesma forma que vivemos, até ao nosso fim... sendo... o melhor que sabemos ser... e do material de que somos todos feitos, no seu limite... ranho baba merda.
Fantástico o suporte de imagens escolhido... totalmente bem enquadrado nas palavras... que não se afogaram por aqui...
Desejo-lhe uma excelente e rápida recuperação... pelos comentários acima, apercebi-me de que teria tido um problema de saúde...
Abraço! Melhoras rápidas!
Ana
às vezes entre sombras que se espreguiçam....
ResponderEliminarabç
Tudo pelo melhor poeta
ResponderEliminarAbraço
O certo seria que todas as palavras não ditas ficassem a margear suspiros "no sopro terno do amor" e aquelas "cerradas no peito em alvoroço" fizessem florescer desejos para que "a ansiedade, a intranquilidade, a revolta a apatia" não se alastrassem por dentro...
ResponderEliminarMas somente os poetas tem este poder, o de libertar as palavras em versos que, machucados ou não, servem para nos encantar a alma. Como esses produzidos pelo hajota e que tanta admiração me causam.
Amigo querido, espero que estejas bem e que o carinho dos amigos chegue a ti como forma de apressar tua recuperação.
Por isto estou deixando um punhado de sorrisos atados nas estrelas que começam a brilhar no pedacinho de céu que meus olhos estão tendo o prazer de admirar...
Com muito carinho da amiga que tanto te gosta e admira,
Helena
Quando não se dizem, as palavras sufocam.
ResponderEliminarPara onde vão ? Desconheço.
Bom fim de semana
OI AGOSTINHO!
ResponderEliminarMUITAS VEZES VÃO PARA NOSSA CONTA DE ARREPENDIMENTOS, OUTRAS CONSEGUIMOS AINDA RESGATAR E EM ALGUM MOMENTO FAZEMOS DELAS, AS PALAVRAS, NOSSAS VERDADES.
LINDO DEMAIS.
ABRÇS
http://. zilanicelia.blogspotcom.br/
Oi querido Agostinho
ResponderEliminarSaudade de ti, da tua casa ,dos teus devaneios que me calam tão bem!
' no amor sem dizer' o vento leva fácil... bom mesmo é expressar é usar a palavra para compor o amor!
Lendo os comentários percebo algo com a saúde, fico apreensiva e desejo que tudo volte a paz que precisa. Seja forte assim fica mais fácil restabelecer.
beijos
Eu não sei, mas sei que uma hora elas cairão como chuva no papel, que de branco, ficará verde outra vez.
ResponderEliminarBelíssimo, Agostinho.
Beijinho.
Boa tarde, as palavras que ficam por dizer, ficam fora do tempo, causam magoa e arrependimento.
ResponderEliminarAG
as palavras perdidas encontram-se num silêncio de palavras
ResponderEliminareu gosto do vento suão
um abraço, Agostinho
As palavras, ditas ou por dizer, são o alimento que nos faz viver e por vezes quase morrer, mas sem elas não conseguiria ser!
ResponderEliminarQuando regresso, pergunto-me como consigo ficar tanto tempo sem com elas conviver...
Um abraço.
Agostinho
ResponderEliminarum bom fim de semana, com muita inspiração.
beijinho
:)
Dúvidas e inquietações próprias de poeta.
ResponderEliminarBeijinhos
Passando, para desejar um bom domingo! E a continuação de uma boa recuperação!...
ResponderEliminarAbraço!
Ana
Sem nova postagem para admirar vou passando e deixando sorrisos e estrelas para enfeitar os teus dias, com meu carinho,
ResponderEliminarHelena
Deixei por lá, no meu canto, uma distinçãozinha, aqui para o seu blog, Agostinho!
ResponderEliminarAbraço! Rápidas melhoras!...
Ana
Um autêntico sufoco quando não se dizem as palavras. Deixo tantas por dizer, que me arrepanham a alma. Um abraço com carinho
ResponderEliminar