...
(Eu ando sozinha,
ao longo da noite.
Mas a estrela é minha.)
Cecília Meireles, do poema Canção da tarde no campo
Tela de David Hockney |
A minha mão na tua
alegria
canina pela rua
freneticamente a puxar e eu via-
freneticamente a puxar e eu via-
-te esfregar o focinho
na aventura
a descoberta dum ninho
duma lura
duma lura
das coisas que há
nos campos
nos campos
- cores cheiros bichos
E as perguntas verdes
tantas e outras tantas
a bordarem
a tua boca de mil flores?
A surpresa!
das respostas de sombra e sol
no húmus na pedra
no húmus na pedra
consoante
o rodar do girassol
- os teus cabelos -
o rodar do girassol
- os teus cabelos -
na areia na água adiante
e os teus olhos
que correm mais
que as pernas minhas
que as pernas minhas
a alumiar os caminhos
para onde vais
amanhã
para onde vais
amanhã
a tua mão na minha
hajota
O girassol a seguir o Sol... a vida que se desenrola...num simples passeio...
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
... amor canino?! Sem conotação negativa, que está lindo de mais!!
ResponderEliminarBeijinhos poéticos.
~~~
ResponderEliminar~ Um passeio lírico, numa natureza idílica...
~~ Um poema que anuncia a primavera.
Todavia, encontro-lhe duas metáforas estranhas
que 'arranham' a minha sensibilidade romanesca.
~ Adoraria saber o que pensa Laura sobre elas...
~~~~~ Dias muito agradáveis e felizes.
alta fidelidade!
ResponderEliminarum abraço
Não conhecia esta obra bem interessante de Hockney.
ResponderEliminarE também me despertou o poema do hajota.
Um abraço e bom Domingo.
Laura. As mãos de Laura. Pequenas, não? A caberem inteiras em tuas mãos. O olhar de Laura. A indicar o sentido da luz. A procurar as coisas mais simples da vida.
ResponderEliminarMaravilhoso, Agostinho!
Um beijo.
OI AGOSTINHO!
ResponderEliminarLINDO DEMAIS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Seja bem regressado, Agostinho.
ResponderEliminarCom um post muito bonito e com o nome da minha sogra.
Aquele abraço, boa semana
Que bonita tela e bem ilustrada pelo poema :)
ResponderEliminarbeijinho
Nota sobre a expressão/metáfora "alegria canina"
ResponderEliminarHá alegria mais canina
do que a de uma criança
na primeira descoberta
do mundo? Na aventura
de alma inocente e pura
tudo é dela em redor tudo
é quanto a vista alcança
De felicidade na mão
de verdade sou o sortudo
Grato pelos comentários recebidos
hajota
Bela metáfora a da alegria canina e muito bem comparada a alegria de uma criança. Há pureza, verdade, faz mexer os nossos sentidos. Faz contagiar ou abrir um sorriso.
EliminarLi e reli este poema. Tem traços e laços que se apertam como as mãos.
ResponderEliminarA felicidade virá com a Primavera, os sorrisos, olhares, esperanças e talvez esse mundo que queremos segurar dentro do coração.
Mãos nas mãos
ResponderEliminaruma bela transfusão de sonhos
a mão canina, noutra mão (esta grande).
ResponderEliminara inocencia nos olhos de Laura, mais rápidos que os passos.
e a ternura da mão canina na outra mão que a segura.
ternura a jorros neste belíssimo poema.
e Laura um dia irá ler e agradecer com muito orgulho este poema.
comovida estou...
:)
Um poema de uma ternura muito criativa na expressão...rss
ResponderEliminarA menina Laura, de olhos infinitos de poesia e curiosidade
sobre a vida, construindo as suas páginas de encanto,
acompanhada pela mão da Poesia, um Poeta sempre
leva a Poesia para os dias!...
Olá Agostinho!
ResponderEliminarPoema lindo, a assinalar um regresso que se aguardava.
Mas...
... Entendo a tua explicação para a "alegria canina".
No entanto, não acho a expressão nem bonita, nem poética. Tal como "esfregar o focinho".
Talvez passassem se não se tratasse de metáforas e o "homenageado" fosse mesmo um cão e não a pequenina e doce Laura.
Desculpar-me-ás...
Nada é mais inocente, puro e grandioso, do que uma alegria canina... a alegria primordial... que as pessoas levam uma vida inteira para perder, enquanto crescem... vivem... envelhecem... esmorecem... esquecem... de como se deve sentir a verdadeira alegria... e que sempre recuperam um pouco... quando seguram a mão de uma criança...
ResponderEliminarLindíssimo poema!... Escrito por quem tem uma mão grande... e uma alma grande...
Beijinho! Continuação de uma boa semana!
Ana
Sabe, amigo, à medida em que absorvia os teus versos ia-se formando na mente uma imagem doce, delicada, e tão bela! Tu, um cão a querer apressar-te os passos, focinhando tudo pelos cantos; Laura, mãozinha presa à tua, respirando e exalando alegria, olhos a olhar a vida com a avidez e a curiosidade que só os olhos inocentes conseguem imprimir, perguntas mil a enfeitar a caminhada, sem nem mesmo esperar pelas respostas como se adivinhasse que elas estariam à frente... E o avô ali, olhar de emoção, passos querendo também se apressar para acompanhá-la nestes primeiros passos tão importantes na vida! Carinho, amor, admiração, fidelidade... tudo a percorrer um caminho de sombra e sol onde um girassol se posta a enfeitar o quadro tão premente de luz que a natureza (não apenas a humana) está a tecer.
ResponderEliminarBelos versos, intensa a imagem provocada, como bela também é a pintura que a tudo encima.
Sabe, amigo, eu também ando sozinha ao longo da noite... Mas a estrela nunca é só minha, pois as transformo em dezenas, milhares, para deixar pelo menos um punhado aos amigos que visito. Como estou a fazer por aqui, acrescidas que estão de sorrisos e do meu carinho,
Helena
A Laura gostou. Muito bonito.
ResponderEliminarAdorei este teu poema.
ResponderEliminarQue é excelente.
E a foto que o sublinha foi muito bem escolhida.
Bom resto de semana, caro amigo Agostinho.
Abraço.
Boa tarde, A beleza do poema cria em seu redor milhares de estrelas que ilumina a linda alegria canina com perguntas verdes.
ResponderEliminarAG
Gostei muitissimo do poema e da citação e do quadro.
ResponderEliminarBom fim de semana
Eu, que passei da surpresa da sua presença à emoção que senti ao ouvir as palavras que lá disse e repete no meu "Ortografia" estou sem jeito... Não sei se agradeça se me comova. Mas digo-lhe que o que fez foi um belo poema que tomo para mim e guardo como uma sensível dedicatória.
ResponderEliminarUm beijo, meu amigo Agostinho. Também gostei muito de o conhecer.
Ah, Agostinho, esse sentido poético é qualquer coisa...!
ResponderEliminarNessa alma, rica de mil experiências e sentires (deduzo), tudo continua a fervilhar, apesar do saber acumulado se esforce por relativizar.
Que mais dizer? Gosto muito de o ler, isso é certo.
Abraço
Olá amigo, obrigado pela sua visita. Admiro e muito, quem faz poesia em prosa. Dá a impressão, que as palavras são um mar a puxarem-se umas ás outras, num ondular sem fim. Nas minhas mãos tudo tem rima e não lhe consigo fugir. Amei demais esse passeio. A tela é linda assim como a estrela da Cecília Meireles. Beijos com carinho
ResponderEliminarBelíssima tela e colorido, incluindo o poema.
ResponderEliminarTenho gostado de navegar por aqui, gosto!
Deixo um abraço.