Com vagar, de-va-gar, leio.
Leio até que o som se levante das sílabas
nos poros da minha pele,
em emanações finíssimas,vibrante.
Repito, de "uma claridade cega",
isto:
Leio até que o som se levante das sílabas
nos poros da minha pele,
em emanações finíssimas,vibrante.
Repito, de "uma claridade cega",
isto:
(hajota)
Sorvo, dentro da manhã,
a brevidade de um silêncio sobrenatural.
No ritual desse instante
escorre-me a sede pela cara
até à fonte mais remota,
onde a água tem o sabor
do leite materno
em prematuras bocas.
Graça Pires, Uma claridade que cega, Poética edições
almada negreiros - maternidade |
Ainda não chegara a hora
de despontares no
horizonte
em alvorada, de seres rio
a correr entre as margens
iluminadas da primeira
manhã.
Ainda o futuro não se
fizera
em presente no cântico
inicial,
quando o fruto emerge à luz
num brado firmado que percorre
todo o vale resplandecente, eu vi.
Eu vi-te estrela
brilhando nos olhos
dum céu imenso,
incandescente
do júbilo da tua mãe na anunciação,
quando a planície lisa
ainda,
sem seixo algum a arredondar.
hajota
"Eu vi-te estrela brilhando nos olhos
ResponderEliminardum céu imenso..."...! Que lindo. É assim que meus olhos ficam com a sua poesia Agostinho.
A poesia é imensamente bela !
ResponderEliminarRealço , no entanto :
...de seres rio
a correr entre as margens
iluminadas da primeira manhã.
Um abraço.
inspirado na poesia de Graça Pires o Poeta escreveu um poema pleno de ternura e beleza dedicado à mulher e à mãe.
ResponderEliminarum momento poético de rara beleza.
saudações poéticas hajota
beijo
:)
A renascer, a reinventar-se na luz...
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
O que vai na cabeça dos poetas?! (pobre de mim que só prosa me sai dos dedos, e sem espanto!
ResponderEliminarBeijinho
Duas poesias brilhantes...
ResponderEliminarDe duas mentes brilhantes...
Muito bem alicerçadas por um suporte em imagem... não menos brilhante... e bem adequado ao tema... o nascer de mais um dia... aquele breve momento primordial... ainda sem as pressões do presente... as marcas do passado... ou as incertezas do futuro...
Um post... com um mix brilhante de talentos!...
Beijinho! Continuação de boa semana!
Ana
Onde é que eu assino o comentário da Graça??
ResponderEliminarAquele abraço
Caro amigo, Pedro, visite-a em
Eliminarhttp://ortografiadoolhar.blogspot.pt/
Do meu poema, só um muito obrigada pela divulgação.
ResponderEliminarDo seu poema, tão belo, apenas me ocorre um contrabando de emoções, " quando a planície lisa ainda,
sem seixo algum a arredondar" nos torna cúmplices nas palavras e nos silêncios...
Um beijo, meu Amigo Agostinho.
Dois belos apontamentos
ResponderEliminardois belos espaços
Para a Graça amiga sempre
para si também
Grato abraço pela beleza dos dois poemas!
ResponderEliminarEis o grande segredo dos poetas: vêem
ResponderEliminar"Ainda o futuro não se fizera
em presente no canto inicial
...
quando a planície lisa ainda,
sem seixo algum a arredondar."
Poemas lindos, adorei!
ResponderEliminarJá por diversas vezes nos cruzámos em blogues amigos e foi com imenso prazer que recebi a sua visita e caloroso comentário no meu cantinho.
ResponderEliminarVim retribuir e agradecer e deparo-me com esta maravilhosa junção de talento e poesia.
Dois poemas que despertam o mais belo da mulher, a maternidade.
Um beijinho grato e bom fim de semana
Fê
Sorvo tudo do que o amor se diga e rendo-me à chama
ResponderEliminarque regam as palavras luminosas onde o tempo se acolhe.
Palavras que me saciam e me deixam mais sedento.
Abraços para os dois poetas admirados!
Oi Agostinho
ResponderEliminarA poesia pertence a um clima de encantamento tal que toda palavra parece a última.
E outro poeta já dizia que 'o poder das palavras não está nelas mesmas_ está no modo como a lemos'
Essa forma de 'anunciar' dos dois é perfeitamente eficaz.
meu abraço e salve salve os meus poetas amigos.
Sim, ler é sentir! Faz vibrar os poros da pele...mas para perceber bem é preciso ler muitas vezes e "de-va-gar"...
ResponderEliminarE o seu segundo poema, ilustra na perfeição o quadro "maternidade" de Almada, o ser antes de nascer e feito júbilo nos olhos da mãe. Tão bonito!
beijinho
dois belos poema.
ResponderEliminaradmirável o poema da amiga Graça Pires, que muito estimo e admiro
abraço
~~~
ResponderEliminarO milagre da Vida...
Muito, muito belo, Poeta.
~ Beijinhos, Agostinho.
~~~~~~~~~~~~~
Parabéns, Agostinho, pelo seu poema.
ResponderEliminarUm abraço.
Agostinho,
ResponderEliminarA beleza com que sempre nos habituou e que eu tenho perdido.
Obrigada pela sua presença.
Beijinho. Excelente Páscoa!
Dois Belos Poemas na harmonia de dois Grandes Poetas!...
ResponderEliminarBelo o teu gesto, Agostinho!!