Choram, no entanto, os que sobrevivem. Agarram-se
às grades do futuro; e ninguém me liberta da sua memória,
enquanto a roda do tempo apodrece no seu eixo de sangue.
Nuno Júdice, A convergência dos Ventos, de Idade de Ferro
- ed. D. Quixote
Foto de Gilberto Jorge |
A porta
é fundamental primordial
antes de tudo e de mais
Ter uma porta é importante
na transposição das paredes
sobretudo sempre e durante
a fuga do medo
A esperança
É importante ter
e manter a esperança na trouxa
e sonhos acoitados
no fundo dos bolsos
e o corpo decente e quente
sempre e durante
a fuga da morte
E o mais importante:
ter sempre e durante
o caminho da fronteira aberto
e o coração pleno de sorte
na mochila da vida
sempre rumo ao norte
Ter esperança no coração para ter coragem de transpor a porta, diria eu.
ResponderEliminarAquele abraço
Excelente poema, prezado AGOSTINHO !
ResponderEliminarAlém da mensagem, a construção é magnífica !
Muitos parabéns e um abraço.
E olhar em frente...Por muito que custe não poder olhar para trás...Levam-se as memórias no coração...
ResponderEliminarMas temos que avançar...
Brilhante
Beijos e abraços
Marta
Uma mochila com tanta esperança dentro... Gostei da ideia da porta e do caminho da fronteira aberto. Gostei da imensa sensibilidade com que fez este poema.
ResponderEliminarSe todos conseguissem pensar o que fariam se fosse com eles, talvez não houvesse muros, nem cercas de arame farpado a impedirem os refugiados que fogem da guerra e da morte de se salvarem, como na pior das ficções...
Um beijo, meu amigo.
Haverá sempre tristeza e indignação enquanto
ResponderEliminarnão superarmos as fronteiras da humanidade.
Abraço.
Contra muros e ameias
ResponderEliminarExcelente meu caro
Ai se fosse assim! Ai Europa tanto que tens de aprender com o coração sensível deste povo aqui do canto!
ResponderEliminarMuito bonito, Agostinho! Muito bonito, mesmo!
Agostinho, tem de tudo nestes versos teus: o lamento de quem se incomoda, a dor de quem vê a dor alheia e nada pode fazer, o sofrimento dos que estão a perder esperança, a mochila pesada nas costas, portas a se fecharem, o emperramento da burocracia, o descaso, a indiferença dos que podem fazer e não fazem... E tem também, meu amigo, o sangrar da verdadeira Poesia!
ResponderEliminarTrago-te, nesta volta, sorrisos e estrelas,
Helena
a porta, a esperança e a vida...
ResponderEliminartanta sensibilidade neste trabalho que até comove.
excelente poema.
beijinho
:)
~~~
ResponderEliminarGrandes são, o coração e os valores éticos do Poeta...
É urgente construírem-se pontes e abrirem-se portas!
Amigo, um dos melhores poemas deste «Mundo Grande»...
~~~ Abraço, Agostinho. ~~~
Bonito de ler e sentir Agostinho, sigamos em frente, sempre e com "o caminho da fronteira aberto" e um coração cheio de sorte e sobretudo, leve.
ResponderEliminarUm beijinho e ótimo final de semana.
São coisas fundamentais, sim!
ResponderEliminar"E se fosse eu?"
Infelizmente o caminho não depende, muitas vezes, apenas de nós...
beijinho
Uma porta aberta é sempre importante pois através dela podemos alcançar o mundo, a fuga, a salvação.
ResponderEliminarBeijinho grato por este momento.:))
o caminho que nos conduz ao refúgio
ResponderEliminarporque eles, somos nós e a porta que não se fecha, o caminho, a fronteira, a esperança
um abraço, Agostinho
A solidariedade se passa por este "transportar" e se colocar no lugar do outro...
ResponderEliminarTodos os meios de transcender se passa por uma porta externa ou interna.
Esta tua porta (universo) poética se inscreve na transcendência,
a beleza da transcendência, Poeta!
Bj.
não me convence, confesso, a simbologia da porta - onde há portas há muros que separam.
ResponderEliminarmas não te preocupes, estou em minoria e sou herético confesso rss
mas bem engendrado. o poema.
abraço
"na mochila da vida
ResponderEliminarSempre rumo ao norte"
Bonito!
(Bem regressado sejas aos braços das musas!)
Tocante, ainda mais porque as portas europeias se cerram ...
ResponderEliminarBoa semana
Agostinho,
ResponderEliminarGostei de seu poema. Muito bom. Parabéns.
Um abraço.
Um poema tocante!...
ResponderEliminarE uma opção de vida chocante... quando se mete a vida numa mochila, e se parte à sorte... sendo a única opção, para os que terão conseguido sobreviver...
Um qualquer nada... em lugar nenhum... ou uma morte, a caminho de algum lugar... é preferível para estas pessoas, em fuga, de uma morte certa... e garantida...
Um post, constituído por um mix de escolhas prodigiosas... que descreve de forma sublime... a triste e vergonhosa realidade destes nossos tempos...
Beijinho! Bom domingo, Agostinho!
Ana
Uma boa semana cheia de inspiração.
ResponderEliminarSaudações poéticas
beijinho
:)
Na mouche, Agostinho. O poema quase cheira a carne viva, ferida nas pedras do caminho, com pouco ou nada para consolo. Assim é a nossa condição, feita de tudo e de nada.
ResponderEliminarAbraço
Este é o naufrágio em que boia o mundo. Doloroso é saber que lentamente diluem-se as visões das portas e ficam apenas espectros, logo parece outra tragédia. Nossos gritos não passam de punhal no vento.
ResponderEliminarDói, mas é belo o poema.
Abraços, poeta!