Luís Ferreira Alves, Fotografias em obras de Eduardo Souto de Moura |
O roçagar duma pena aguou-me
o sonho do anjo branco que tive
desfez-se o encanto num instante
a fugaz ilusão de haver paz
Sem manjedoura vaca burrinho
a estrela já não desce em Belém
e o menino morre da barbárie
sob pó e caliça de betão
A indiferença do homem foi capaz!
Como sustentar então o sonho
se o desvario matou o menino?
hajota
Ai, Agostinho, já é a segunda vez que escrevo um comentário e ele me foge. E eu que estive tentada a copiar, para se acaso isso se repetisse, seria só colar.
ResponderEliminarDeixe ver se me lembro do que escrevi...
Creio que disse do quanto apreciei que em duas quadras e um terceto, o Agostinho tenha escrito um retrato tão fiel do Mundo.
Essa sua Inquietação, lembrou-me a que José Mário Branco escreveu e cantou:
"Há sempre qualquer coisa que está para acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda"
E eu só sei que gosto muito do que o Agostinho escreve.
Deixo um abraço sereno, afectuoso e amigo.
Continuação de Boas Festas.
Palavras a sangrar na boca do Poeta. Talvez só um milagre nos salve de uma solidão definitiva e faça regressar os sonhos e o anjo branco e o Menino. Talvez as palavras reinventadas sejam a esperança contra a indiferença.
ResponderEliminarO seu poema, meu Amigo Agostinho, é inquieto e inquietante.
Um beijo.
e mesmo em completa inquietação...
ResponderEliminarhá um sonho que perdura além dos séculos.
muito bom, meu caro Poeta
abraço com beijo dentro ...
:)
Neste momento, são muitos os voluntários que tentam salvar mais de 40 000
ResponderEliminarrefugiados sitiados: médicos sem fronteiras, paramédicos e militares, todos
de coletes e capacete azuis e uma frota de autocarros, como jamais se viu.
Foram atacados e ameaçados, mas não se detiveram, porém, os ataques continuam
O seu poema é lindo e louvável a sua preocupação e desalento, porém, os sonhos
de amor, bondade e altruísmo humanos ninguém consegue destruir...
Que seria da humanidade sem sonhos?!
Grande abraço, Poeta amigo.
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O Mundo está inquieto, indiferente, egoísta... Às vezes, tudo parece ser uma ilusão...
ResponderEliminarObrigada pela visita. Espero que tenha tido um Feliz Natal...
Beijos e abraços
Marta
assim como todos os grandes incêndios começam por uma pequena chama, as guerras começam pela loucura dos homens.
ResponderEliminarsomos o nosso pior inimigo.
e se juntar-mos o ódio e as religiões à conquista do território e à subjugação dos povos, na exploração das riquezas, temos o catalisador da destruição.
mas o anjo branco da paz, no sonho do poema, há-de fazer o caminho...
gostei muito deste belo poema contra a indiferença.
um forte abraço, amigo, e um novo ano, de um mundo novo, com saúde, harmonia e paz.
Só um Coelho rumina a palha dos presépios
ResponderEliminarE vem aí dentro de dias 2017; oxalá que seja menos mau do que este 2016 felizmente prestes a acabar. E junto o desejo de que o novo traga muita saúde, paz, amor e solidariedade.
ResponderEliminarHenrique, o Leãozão
É, de fato, inquietante o seu poema, meu caro Agostinho. Se não nos possível reinventar as palavras como sugere Graça Pires. Reinventemos o fraque e a cartola para uma mágica milagrosa.
ResponderEliminarMeu caro poeta, uma abraço forte e votos de 2017 menos angustiante.
Tão atual! Tão bem desenhado. A realidade é que é medonha...
ResponderEliminarMelhor ano!
Como gostei deste poema..., julgo que calcula, Agostinho.
ResponderEliminarBeijinho e Feliz Ano Novo!
O menino, o eterno menino, mora dentro de nós, Agostinho. Assim lhe saibamos dar voz.
ResponderEliminar(Como compreendo esse olhar, quando os homens parecem apenas dar sinais do pior que em si mora...!
Forte abraço
belo e perturbante poema, caro Amigo.
ResponderEliminarcabe aos poetas domar o coração dos homens
... tantas vezes betão!
calorosos votos de Bom Ano
forte abraço
Difícil sustentar o sonho quando o menino foi morto pelo desvario.
ResponderEliminarPior ainda quando o desvario se mantém e não se lhe vê o fim…
Poema que inquieta porque revelador da triste realidade.
E agora que o Natal passou... desejo que tenhas uma excelente passagem de ano, e um 2017 pleno de felicidade.
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Olá Agostinho.
ResponderEliminarParabéns pelo poema. Um belo poema.
Desejo ao amigo um ótimo ano de 2017.
Grande abraço.
Pedro.
o menino, muitos meninos
ResponderEliminarmas há sempre uma pena e um outro Menino, se o deixarmos falar
um abraço, Agostinho
Mais um grito, em forma de poema!
ResponderEliminarNão haver um programa informático, um vírus, que faça desaparecer as fábricas de armamento militar!
Não resolvia, mas lá que ajudava...
Agostinho, alma e coração de gente grande, desejo que 2017 seja um ano de deslumbrantes arquitecturas!
ResponderEliminarForte abraço
A poesia é uma arma, cabe aos poetas, como o meu amigo, alertar consciências e provocar as mentes que nos inquietam.
ResponderEliminarAté 2017!
Um beijinho
Fê
Triste mas bonito!
ResponderEliminarJesus nasceu para morrer e salvar os pecados do mundo e dos homens, mas...só o homem tem nas mãos o poder da salvação que teima em não dar a si próprio!
Muito pertinente este seu desabafo!
Beijinhos
Belíssimo e inquietante poema.
ResponderEliminarO Mundo está assim, ainda belo e inquietante num jogo perigoso de forças e ideais, uma morte aos sonhos de paz num acumular de tensão e guerra assumida. Saibamos aproveitar a "nossa paz" e que o mistério do nascimento se renove sempre.
Abç
São as inquietações doridas sobre os gestos desumanos deste mundo de tão difícil
ResponderEliminarreflexos de um espelho, que poderia iluminar a irmandade desta grande raça humana e
os poetas não se calam e ainda bem...
Grata pela tua partilha de amizade que acrescenta neste espelho quase utópico de
vibrar a irmandade pacífica e generosa. Sempre generosas as tuas palavras no percurso
poético e humano no meu espaço. Aqui no teu espaço encontro sempre arte singular,
profundidade de conteúdos e a bela humanidade generosa que te habita, caro Agostinho.
Votos de 2017 luminoso, pacífico e repleto de realizações para ti e família!
Um poema muito verdadeiro.
ResponderEliminarVenho desejar-lhe um bom 2017. Que seja um bom ano e traga principalmente saúde! O resto vem por acréscimo!
Um beijo:)
O menino ainda vive! eu quero crer!
ResponderEliminarEstou com saudades de ti Agostinho,
_ ando curtindo a novidade do inverno europeu absurdamente frio !!
Breve retomarei os contatos com carinho ok?
beijinhos e um Ano Bom junto da família-é o que venho desejar-te.
Mas o sonho perdura em todos nós... apesar de tudo... e talvez o Deus menino assim viva em cada um...
ResponderEliminarPorque não?
Iria jurar que já teria comentado esta publicação... mas nas pressas dos últimos dias de Dezembro... se calhar não gravei o comentário...
Beijinho! Que seja um ano, que apesar de tudo... não nos impeça de sonhar... e de agir... para os sonhos concretizar...
Ana
Olá Agostinho, boa tarde!
ResponderEliminarNos dias atuais, meu caro Agostinho, só os sonhos para não sermos definitivamente pessimistas. E já que, os tempos mostram que tudo é cíclico, que o menino permaneça vibrante dentro de nós, para que possa ser despertado.