Quando vier a primavera,
se eu já estiver morto,
as flores florirão da mesma maneira
e as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Alberto Caeiro, estrofe de Poemas Inconjuntos
imagem jimmy-hoffman |
À cautela anotei a nota blue
num papelucho amarrotado
que me soou a epifania
Foi o que valeu: os tira-olhos
adivinhavam-se no ar
Eu cego num blue amassado?
Escrevi-o pela manhã
Ainda ontem chovia
e hoje terça acordei olá bom dia
sem estores nem cortinas
Entrou-me o dia em Sol
na janela franca e senti maresia
no tom do vento trazido do sul
Humedeceu-se a vidraça ficou baça
soube-me a ar de mim
hajota
É a Primavera a mostrar-se Agostinho.
ResponderEliminarAté no estupor das alergias.
Aquele abraço
Foi o vento que rasgou os olhos da noite e os alagou de azul. Recolheu-se o Poeta nesse tom azulado e escreveu as notas de um blue a seduzir as palavras. O tira-olhos foi só o pretexto... Excelente, Agostinho meu Amigo.
ResponderEliminarUm beijo.
Um belo poema que sabe a Primavera, a Sol e, sobretudo, sabe a si, Agostinho.
ResponderEliminarLindo de se ler e sentir.
Beijinho.
excelente blue! piano e sax...
ResponderEliminarAgostinho, meu amigo
fixa meus lábios - "invejo" este teu poema!
caloroso abraço
blue is the colour of, the blue, sky :)
ResponderEliminarum abraço, Agostinho
Respira-se fundo... e aguarda-se que as cores se tornem fortes... sem destronarem o azul...
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
O renascer todos os anos. Uma maravilha.
ResponderEliminarGostei do blue... adoro blue...
e a mensagem veio no calor do sol que amornou a alma do Poeta!
ResponderEliminarmuito belo!
beijinhos
:)
e nos poros da pele seria
ResponderEliminar"um pouco mais de azul"
um largo sorriso de maresia
em paraísos mais a sul.
Mas assim está bem...
quando se sente o ar que se tem.
Um belo poema com a paisagem sem mudança (Alberto Caeiro) e a foto
a desmenti-lo (a ele): a existência é vida e conta!
Abraço, Amigo Agostinho.
Excelente
ResponderEliminartambém penso azul
Abraço
Tu tiras belas notas, mesmo num papelucho amarrotado...
ResponderEliminarQue bela saudação à recém-chegada Primavera.
Que lhe seja plena, Agostinho.
ResponderEliminarE o sol entre pelo seu olhar iluminando-o.
O vento outonal brasileiro chegue a ti, num abraço que te envio.
Azul. Deixemo-lo entrar e ficar :)
ResponderEliminarCaríssimo Agostinhamigo
ResponderEliminarDepois de muito tempo aqui estou eu - Ecce homo! Mas com uma notícia menos feliz
Em Goa as coisas não correram muito bem, pelo contrário; uns problemas de saúde (meus) - ainda que bastante graves (Ver abaixo sff)- deram origem a situação pouco feliz - que ainda persiste. Irei escrevendo quando tiver a cabeça mais arrumada...
Além disso no local não havia ligação Internet...
XXXXX
31 de Março - Parece-me que vou melhorando da recaída que tive da depressão bipolar - com ela terei de viver até ao forno crematório, pois é doença incurável.
Vou pois andando devagarinho (sempre são 75 aninhos...) e um destes dias volto a publicar umas linhas. Aproveito para agradecer a todas/os que me acompanharam nestes momentos menos fáceis e sobretudo à Grande Mulher, a minha Raquel, que me amparou, cuidou de mim, enfim teve a paciência de me aturar...
Qjs & abçs
Henrique, o Leãozão
Uma ode à Primavera?
ResponderEliminarQualquer papel, mesmo amarrotado, serve para o efeito.
GOSTEI!
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
A Primavera a chegar por aí! O Outono a chegar até nós!
ResponderEliminarChegam, instalam-se como donos do lugar, sem pedir licença, sem perguntar se podem chegar... E quem disse que as estações precisam de autorização para vir reinar?
É delas o tempo, o espaço, o lugar!
A Primavera aí chegando aí para florir o olhar do poeta que em tudo tende a se manifestar... E o Outono aqui chegando para acinzentar as tardes e prenunciar a próxima estação.
Que além de flores e ares perfumadas, possa ela levar ao teu olhar também sorrisos, também estrelas, também o meu carinho, querido amigo!
Helena
Através de um comentário feito no blog da ANA FREIRE e do agradecimento dela é que tomei conhecimento que o Agostinho estava a recuperar.
ResponderEliminarEsteve ou ainda está doente ?
Com muita amizade deixo aqui os meus votos de muita saúde.
Um abraço.
Caríssimo Agostinhamigo
ResponderEliminarA Nau Catrineta não é nada ao te conto em seguida. Há dias em que não se deve sair à noite...
31 de Março - Em Goa onde tínhamos programado (o que comuniquei às comentadoras e aos comentadores) passar mais umas belas férias. Afinal infelizmente isso não aconteceu! Resumo: passei (ámos) três meses de “férias”(?????) e as coisas não correram bem, antes pelo contrário; uns problemas de saúde (meus) - ainda que bastante graves (Ver abaixo sff) - deram origem a situação pouco feliz - que ainda persiste, mas que felizmente vai melhorando dia a dia. Irei escrevendo quando tiver a cabeça mais arrumada... Além disso no local onde estávamos não havia ligação Internet...
******
1 de Abril - Parece-me que vou melhorando da recaída que tive da depressão bipolar - com ela terei de viver até ao forno crematório, pois é doença incurável. Por prescrição da minha psiquiatra Dr. Alice Nobre (a quem chamo a minha “Santa da Ladeira”) todos os dias tomo as mezinhas para o mal estar estabilizado, o que vem acontecendo.
Vou pois andando devagarinho (sempre são 75 aninhos...) e um destes dias volto a publicar umas linhas. Aproveito para agradecer a todas/os que me acompanharam nestes momentos menos fáceis, ou seja mais duros, e sobretudo à Grande Mulher, a minha querida Raquel, que me amparou, cuidou de mim, me amou como sempre, enfim teve a paciência de me aturar...
Da “viagem” de volta tão má ela foi que nem vale a pena contar mas, ressalto que tínhamos pedido assistência ou seja duas cadeiras de rodas, uma para mim e outra para a Raquel: as maleitas dificultavam a nossa mobilidade ou seja andar a pé, apenas registo o pior: vente e nove dias e meio de Dabolim (o aeroporto de Goa) até ao aeroporto General Humberto Delgado, com paragens em tudo que era sítio, incluindo nove horas e meia de espera no aeroporto de Mumbai (antiga Bombaim…), com um frio de rachar pedras pois a malta da Índia adora o ar condicionado próximo do polar…. Estavam previstas cinco horas e meia… Mas havia as ditosas cadeiras…
A Jet Airways – uma desgraça. Comida - péssima, atendimento - mau, tripulantes de cabina – trombudos. Em Paris, no aeroporto Charles de Gaulle apenas nos apareceu uma cadeira de rodas porque não havia as suficientes para acorrer aos serviços marcados, remarcados, computorizados. Não foi a primeira vez que ali isso aconteceu, maldita desorganização de uma empresa em “outsoursing” – não havia as desgraçadas cadeiras de rodas à nossa espera. Disseram-me que eram insuficientes porque eram muito caras e o acordo não tinha sido orçamentado…
Perdi a cabeça, explodi e fartei-me de protestar; enfim veio uma – para mim – e a da Raquel perdera-se (quiçá no nevoeiro qual D. Sebastião…): Logo a minha caríssima esposa teve de palmilhar os “quilómetros” de corredores, etc. E note-se que nos próprios bilhetes estava tudo mencionado, reforçado com as comunicações feitas pela agência de viagens TopTours (impecável) Enfim uma puta de uma viagem; não torno (amos) a cair noutra...
Qjs & abçs
Henrique, o Leãozão
~ E a primavera está definitivamente instalada
ResponderEliminarcom a sua pujante força renovadora, que muito
desejo que contribua para melhoras definitivas.
Julgava-o já curado e acabo de saber que ainda
está convalescente...
Nada de pensamentos mórbidos e muita força,
Abraço, amigo.
~~~~~~~~~
abraço
ResponderEliminarTão bom restabelecer este contato com a inflexão da sua voz, da sua escrita. Bem melhor ainda se o encontro neste invejável blue a par com a Primavera que dá os primeiros sinais do lado de lá. Do lado de cá é o Outono quem se mostra com muito calor.
ResponderEliminarAproveito para agradecer a generosidade das suas passadas sem pressa pela meu espaço.
Um bom final de semana, meu amigo Agostinho!
Um forte abraço,
Hoje venho apenas desejar
ResponderEliminarbom fim de semana.
beijinhos
:)
(obrigada pelas palavras lá nos meus espaços)
ResponderEliminarO vento do sul tem essa magia, transformar a realidade em doce fantasia.
Que o sol e o ar de mar continue a perfumá-lo amigo Agostinho.
Um beijinho grato
O Toque do coração
Diz o poeta (A. Caeiro) "a realidade não precisa de mim", mas o poeta precisa dela para nela (ou através dela) se cumprir. Tal como o sujeito poético deste belo poema, que me deslumbra pela arte. Que os tira-olhos se anunciem sempre ao poeta e que o sol traga, sempre, bons dias.
ResponderEliminarBjinho, amigo
Gosto imenso de Pessoa... mas de vez em quando... um ou outro seu trabalho... passa-nos todo o peso e desassossego da sua alma... que certamente lhe minou a saúde... e levou a genialidade... para o andar de cima... cedo demais...
ResponderEliminarNão consigo imaginar que a realidade não precisa de mim... se assim fosse... tal apenas significaria, que eu não pertenceria ao universo, ao mundo, à realidade de ninguém... e pela parte que me toca... sei que não é bem assim... pelo que estas palavras de Caeiro... passam uma mensagem um pouco negativa e depressiva demais para o meu gosto...
Se cada flor, pensasse que a realidade não precisaria dela... quanta alegria no mundo desapareceria de imediato... se nenhuma florisse...
Desconhecemos, o que nos acontece no dia de amanhã... mas estamos vivos hoje... pelo que devemos mesmo viver hoje, como se não houvesse amanhã... devemos aproveitar cada raiozinho de sol... e cada aragem de Primavera que nos promete, com o seu espírito de renovação... que amanhã... ainda haverá um outro dia...
Muitos dias de sol... com cheiro a maresia... efectivo ou em pensamento... mas cheios de alegria, é o que eu desejo, Agostinho...
Beijinho! Bom resto de domingo e uma óptima semana!
Ana
Agostinho: deixei um comentário a este poema. Não entrou?
ResponderEliminarabraço, meu amigo
ResponderEliminargrato
Sempre a porra da vida, não é, Agostinho? E que bem tu a interpretas, homem!
ResponderEliminarGrande abraço
Muito bonito e gostei da associação a Caeiro.
ResponderEliminarBeijinhos.:))
O verde a correr pela nascente das fontes, morangos a escorrer dos valados, um tira-olhos a roçar as águas...uma realidade possível, e tão simples, num belíssimo poema!
ResponderEliminarBeijo
A tua expressividade poética sempre voa numa criatividade na expansão
ResponderEliminardo olhar o mundo (que pode não ser simples e nem fácil...), mas uma
visão poética pousada na nota Blue!
Eu de cá a olhar a tua arte poética Blue num encantamento...
Meus votos que o amigo Agostinho esteja bem com a saúde Blue e
escutando um bom Blues e Jazz.
Bj.
Venho desejar uma Feliz Páscoa e que este tempo seja de claros dias.
ResponderEliminarBjinho. Agostinho
Obrigada, Agostinho. Que a sua Páscoa tenha todos os sabores que gosta e muito carinho à sua volta.
ResponderEliminarUm beijo, meu Amigo.
Boa tarde, o vento do sul com cheiro a maresia, faz-nos ter pensamentos perfumados.
ResponderEliminarVotos de Páscoa repleta de alegria! Feliz Páscoa!
AG
Apenas para deixar meus votos de uma
ResponderEliminarSanta Páscoa
beijinho
:)
Passando, para deixar um beijinho, e os meus votos de um Feliz Domingo de Páscoa, na companhia dos seus...
ResponderEliminarAna
A realidade pode não precisar de nós, mas nós precisamos dela e destes papeluchos, memorizando os dias que se nos escapam se não os anotarmos. E das minhas janelas viradas a norte, leio este amarrotado tão nítido como ver em dias de sol.
ResponderEliminarBoa semana,
bjs
Bom dia Agostinho! Poema fantástico, fotografia fantástica! O azul que aprofunda a poesia no céu que reflete nos olhos.
ResponderEliminarAbç!
abraço, meu amigo
ResponderEliminarBoa tarde
ResponderEliminarPermita-me convidá-lo a tomar conhecimento de uma iniciativa de supremo valor do C N GIL
http://filhosdodesespero.blogspot.pt/
Leia e partilhe por favor
Ajude se puder
A primavera não passa desapercebida, inspira, alegra e renova os ares.
ResponderEliminarMelhoraste amigo?
Um beijinho.
Ando tarde ultimamente...mas vou chegando...
ResponderEliminarMuito bonito o seu poema Agostinho, apesar da nota em cima, triste, de Caeiro.
Sabe, a Primavera precisa de si, meu amigo.
beijinho
Olá, Agostinho
ResponderEliminarDepois de uns dias de ausência, primeiro por umas mini férias, depois por doença, estou regressando, devagar...
Anteriormente não mencionei Pessoa (Alberto Caeiro), mas concordo em absoluto, e a sua afirmação vem ao encontro de algo, extremamente interessante, que li há dias - "A Natureza ( o Planeta) não precisa do Homem para nada, pois continuaria a existir se o Homem desaparecesse."
Mas nós precisamos dela!...
Votos de uma semana muito feliz.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Boa semana caro Poeta e Amigo!
ResponderEliminarbeijinhos
:)
Hoje um novo recomeço..
ResponderEliminarGraças a Deus hoje estou podendo
te agradecer pelo carinho respeito e amizade.
Agradeço por jamais ter deixado de fazer visita
a meu blog.
A amizade verdadeira nunca esquece ,
mesmo sem saber o motivo do meu afastamento.
Eu entendo q por vezes demora a aparecer.
Eu entendo q assim como eu todos tem problemas na vida.
Todos nessa vida encontra obstáculos.
Mas nem tudo é sofrimento .
Deus é misericórdiso..
Nos da alegria ao ver o nascer do Sol.
Nos da um espetáculo único quando ele desce
com sua magia no horizonte..
Enfim tudo isso é só para
dizer jamais te esqueci.
Obrigada querida ..muito obrigada..
Te abraço carinhosamente.
Deus cuida de você com as mãos dele
estendida tudo é possível.
Simplesmente Eu,
Evanir .
Uma semana abençoada.
Tão bonito este diálogo com Caieiro.
ResponderEliminarBj.:))
É a infalível primavera, como uma promessa que não falha.
ResponderEliminarMuito bom ler Caeiro!
Abraços!