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até cada objecto se encher de luz e ser apanhado
por todos os lados hábeis, e ser ímpar
...
Herberto Hélder, in Servidões
Francis Bacon |
Não era ainda o tempo, ainda não
era tempo,
o tempo ainda não era
dos dias cumulados atados ao fio
da vida de seda e mel, de
cilício e sal.
Não era ainda o tempo
dos lábios quentes veludo,
assobio
de vermelhas harmonias da paixão,
nem dos lábios sangrando gretados em pio,
letra a letra, pingando na aridez
clara
que cega a
palavra.
Desenfiadas do fio as letras desirmanadas,
as vogais das consoantes
desencontradas,
perdem-se na porosidade desértica
ingente:
a ideia indigente num tempo que ainda
não era
antes do prenúncio das coisas.
hajota
Agora, com a chegada da Primavera, já é tempo?
ResponderEliminarAquele abraço
Mas talvez agora a palavra renasça e fale... não se perca no deserto do tempo...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Um feliz dia da poesia, com muita poesia.
ResponderEliminarAbraço
Chega sempre um tempo em que é possível deixar passar as palavras por mais insensatas que sejam. Mesmo quando os lábios sangram e a sede parece não acabar nunca, há sempre o tempo em que é permitido, ao Poeta buscar o instante inicial em que o Poema se fez água em seus olhos...
ResponderEliminarUm bom dia da Poesia, meu Amigo Agostinho.
Um beijo.
Sem poesia nem os desertos
ResponderEliminarAbraço poeta
E ainda bem que não era ainda o tempo. Há sempre tempo para chegar esse tempo. E quanto mais tarde melhor...
ResponderEliminarBeijinho
Sim, já é tempo. Um belo dia da poesia por aqui :)
ResponderEliminarMaravilhoso isso, quando o todo e único, ser luz-ímpar...
ResponderEliminarA imagem é fantástica!!
O teu poema a surpreender, alcança as palavras num significado ímpar.
O tempo por dentro sopra no dedilhar da memória a criar "a ideia indigente
num tempo que ainda não era antes do prenúncio das coisas."
Agostinho, tu sabes como eu aprecio a tua ímpar poética,
sempre é um momento especial de leitura aqui.
Bj.
Olá Agostinho!
ResponderEliminar'É tempo' de fazer uma visitinha, para saber se está bem, com boa saúde. E eu espero que tu tenhas os melhores dias, com alegria, inpiração e saúde.
Andei muito tempo afastada do mundo dos blogs, o motivo era dar atenção maior à vida real. E foi um tempo bom, continua sendo.
Um beijinho amigo!
... "tempo que ainda não era
ResponderEliminarantes do prenúncio das coisas."
É necessário saber escutar a "linguagem" das coisas
para o tempo acontecer.
Aqui acontece Poesia. Sempre.
Abraço, caro Agostinho
Palavra a palavra, com mestria e arte
ResponderEliminarassim vai o Agostinho construindo
um mundo belo, ímpar, inigualável, à parte.
Tão bonito tudo o que escreve.
Obrigada e um beijo Amigo.
Janita
antes do prenuncio das coisas
ResponderEliminarnunca será o tempo
do tempo que o Poeta precisa
e assim se fez Poema em dia de Poesia
beijinhos
:)
É já tempo
ResponderEliminarTempo já é
É tempo já
De procurar uma editora para estas pérolas...
Abraço!
É tempo de darmos espaço ao tempo
ResponderEliminar.
* Mulher: A essência sem raça nem cor. *
.
Desejando um abraço
Um pronuncio... muito bem arquitectado... em corpo e alma... neste belo poema, profundamente inspirado, Agostinho!
ResponderEliminarAdorei este pronuncio criativo... que tão bem assinalou e celebrou Dia da Poesia...
Deixando um beijinho, e os meus votos de que passe uma Feliz Páscoa, com muita saúde, na companhia de todos os seus!...
Tudo de bom!
Ana
Parabéns por teu belo poema!
ResponderEliminarFELIZ PÁSCOA
Autor: Laerte Sílvio Tavares
Que a luz da ressurreição
De Cristo Nosso Senhor
Brilhe no teu coração
E se refrate em amor,
Permeando a tradição
De fé, a dar esplendor
Às festas pascoais que são
Frutos da Paixão e dor
Transformadas em alegria
De Madalena, Maria
E de toda a humanidade!
Feliz Páscoa, pela via
Do amor – nossa luz e guia
Na fé e na caridade!
Grande abraço. Laerte.
Já estou por aqui outra vez a saborear as suas palavras bonitas, Agostinho. Foi uma longa ausência devido a trabalho. Vou voltar a falhar nas respostas pelo mesmo motivo. Obrigado pelas suas palavras. É um bom amigo. Quero essas melhoras, sim? Beijinho grande
ResponderEliminarAmigo Agostinho, agora é tempo de dar tempo ao tempo. Lindo poema que adorei. Boa Páscoa amigo e beijos com carinho
ResponderEliminarPerdoa a minha ausência. Aqui, tenho de vir devagar, mas virei...
ResponderEliminarHoje, a penas um bjinho docinho e votos de um lindo domingo de Páscoa.
Perdoa a minha ausência. Aqui, tenho de vir devagar, mas virei...
ResponderEliminarHoje, a penas um bjinho docinho e votos de um lindo domingo de Páscoa.
Meu caro Agostinhamigo II
ResponderEliminarRoubar o tempo é com a Alice mesmo sem o Coelho Branco ainda que amancebada com o Gato da Dentadura. Guardar o dito cujo tempo é escrever no jornal que ele está na terceira gaveta a contar do meio, o que quer dizer que na Nossa Travessa há um artigo sobre Jornalismo
Abração deste teu amigo e admirador
Henrique, o Leãozão (Lá pelas bandas do Lumiar aquilo anda muito por baixo e o fdp, por extenso, filho da puta do BdeC tem de levar um tiro nos cornos à queima-roupa)
É sempre tempo de Poesia!
ResponderEliminar"...
ResponderEliminarperdem-se na porosidade desértica ingente:
a ideia indigente num tempo que ainda não era
antes do prenúncio das coisas."
... e com poesia na alma aguardamos a voragem do tempo.
Um abraço
Um belo poema. Daqueles que se lê a primeira vez, apenas para sentir a sonoridade dos versos e então se lê uma segunda vez para, como diz Drummond chegar mais perto das palavras e contemplá-las. A contemplação de seu poema foi muito profunda e iluminou meu domingo. Abraços.
ResponderEliminarO tempo, esse enganador...
ResponderEliminarVale o tempo em que lemos as tuas belas palavras!
Beijinhos, Agostinho :)