Alexandre O'Neill
19dez1924 - 21ago1986
*
Oh, O'Neill!
inventor da palavra
certa a cada lavra.
Pintou o caneco de caras
e de perfil.
hajota
The Palace at 4 A.M., Alberto Giacometti / http://simulacrum-pedrocamposrosado.blogspot.com/ de Campos Rosado |
Por entre o assobio e a sílaba
soprada, nos ramos do valado
pousada a revoada agita-se
num espanejamento de penas
pousada a revoada agita-se
num espanejamento de penas
sobrantes dos gelos que ficaram
das longas noites de cavaqueira.
Levanta voo e segue pistas rumo ao sol:
recoze a crosta das feridas dos barros
esparramada entre a areia e o mar,
debica maresias de iodo e sal.
Mas já se pressente no ar
o enfado saturado do
calor, e o desejo
do planear ancestral da renovação.
O ano começa no equinócio,
não no
solstício!
Tomara que cheguem os dias
húmidos de botas cravadas na lama
e se inundem os caminhos primevos
onde suspiram perfumes
de musgo e terra molhada,
enfim libertos de aerossóis.
de musgo e terra molhada,
enfim libertos de aerossóis.
hajota
O mote para renascermos também...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Postagem belíssima. Poema excelente!!
ResponderEliminarBeijo e um excelente dia!
Olá! Gostei muito da forma como liga as palavras e os sentidos. Excelente forma de escrita! Parabéns!
ResponderEliminarUm beijinho e Luz*
Gostei tanto. Abraço Agostinho
ResponderEliminarA beleza de sempre nos escritos por aqui, Agostinho.
ResponderEliminarAquele abraço
Um ninho: o aconchego inesperado que as aves constroem para nascerem quantas vezes é preciso… E vão repousar nos olhos do Poeta para quem "O ano começa no equinócio, não no solstício!". É então que as sílabas trazem o cheiro da terra molhada e das ervas, como um sopro perfumado. Apesar de tudo e de nada…
ResponderEliminarGostei, meu Amigo Agostinho, do seu poema.
Um beijo.
Olá Agostinho,
ResponderEliminarAgradeço a sua presença atenciosa com as leituras e
os seus comentários no meu blog.
Estou ainda nestes passos lentos da pouca disponibilidade
de tempo para o meu espaço e nas visitas dos espaços amigos.
Aprecio este seu espaço, em que as palavras têm um caminhar tão
repleto de vida; a vida nos polos positivos e negativos,
luz e sombra, ninho (casa) e liberdade, com as estações
fazendo percursos interiores e nada como a casa poesia
para pintar a vida.
Dias felizes!
Bjs.
Tão lindo lê-lo poeta. Um grande abraço Agostinho.
ResponderEliminarNem que assobiar
ResponderEliminareu soubera
saberia entoar
a melodia certa
para definir
tão belos gorjeios
estes seus,
que acertam sempre
em cheio
neste meu humilde
enleio…
Beijos, Poeta Agostinho.
"... caminhos primevos onde suspiram perfumes de musgo e terra molhada, enfim libertos de aerossóis."
ResponderEliminarDo excelente poema, retirei a parte final, porque é de ouro... Parabéns por tanta inspiração.
Caro Agostinho, um bom fim de semana.
Abraço.
E ninho na voz do poeta
ResponderEliminarfica sempre mais completo
excelente como sempre...
beijinhos
:)
Versos bem cinzelados, palavras certeiras, um fio condutor, nem sempre fácil de deslindar...
ResponderEliminarEntre o aconchego do ninho e a aventura do ar, uma latente e contida angústia... Assim é viver...
Faltou escrever o mais importante:
ResponderEliminarEste teu Poema, Agostinho, é belo entre os mais belos!
Bela a sua síntese de afectos
ResponderEliminarAbraço
aerossóis e perfumes rasca é o que não faltam nestes dias de prazeres efémeros...
ResponderEliminarencharcados de hiper-modernidade...
há alguns que tentam resistir. por isso tenho (quase) sempre gosto em ler-te.
forte abraço, caro Agostinho
espero que continues a distinguir-me com tua presença e comentarios no meu blog
Também sinto "saudades de ninho". "Tomara que cheguem os dias..."
ResponderEliminarPela insatisfação inata, desejamos muitas vezes o que não temos: uns segundos de chuva, uns raios de sol, uns minutos de paz...também eu tomara, desejava, queria mesmo, mas...um dia bom, outro assim assim, melhor mesmo é sorver o sol ou a chuva de cada um!
Beijinho grande
PS: Ver facebook...
Passei para ver as novidades. Mas gostei de reler este excelente poema.
ResponderEliminarCaro Agostinho, aproveito para lhe desejar um bom fim de semana.
Abraço.
Aqui, Agostinho, cortejando sua bela poesia, cortejando a sua palavra essencial ao falar dessa "palpitacão do espírito", porque verdadeiramente aqui se fala a língua dos poetas, "onde suspiram perfumes de musgo e terra molhada..."
ResponderEliminarUm forte abraço, caro amigo!
Hajota
ResponderEliminarEu adorei a poesia e a
fantástica construção que
nos leva ao final da linha para
começar a ler.
Eu amo textos envolventes.
Bjins
CatiahoAlc.
Foi um prazer lê-lo novamente...
ResponderEliminarVivo numa região em que os aerossóis são mormente abundantes...
Não é terra de aromas de musgo... ansiamos pelo cheiro a mar puro...
Tudo pelo melhor.
Terno abraço.
~~~
Meu caro Agostinhamigo II
ResponderEliminarMau, mau Agostinhamigo uso a receita a multiplicar por dois que enderecei ao outro xará que também não me liga peva deste o terciário inferior mais coisa menos coisa (porra! diz o roto ao nu...)
Entretanto a forma de te dizer o quanto gostei do teu poema (aliás como sempre) é transcrever o final dele:
Tomara que cheguem os dias
húmidos de botas cravadas na lama
e se inundem os caminhos primevos
onde suspiram perfumes
de musgo e terra molhada,
enfim libertos de aerossóis.
E por aqui me fico.
Um abração deste teu amigo e admirador Henrique, o Leãozão (Agora com o Varandas ninguém nos apanha!!!)
INFORMAÇÃO
Já está postado na Nossa Travessa um novo textículo deste feita inócuo, portanto sem qualquer tipo de provocação, de agressão erótica ou de imagem chocante, enfim próprio para todas as idades, sexos, profissões e até religiosos, agnósticos e ateus. Tem características internacionalistas e o seu título é AS PRIMAS DE MONTREAL mas não precisa de tradução para os comentários que se aguardam.
Maravilhosa esta inspiração, com cheiro a terra molhada... e a eternos recomeços... nesta nossa permanente caminhada...
ResponderEliminarMais um belíssimo momento poético, Agostinho! Parabéns!
Beijinho
Ana