Vicent van Gogh_campo de trigo com corvos - Wiki |
Ainda ontem enchia espaços circulares
em deambulatório constante traçando
fronteiras de projetos à volta. Adiando
destinos incertos que pairavam nos ares,
com persistência lavrava
intenções,
desafiava a sorte com sussurros e canções
de subir à lua buscar marmelos.
No excesso gualdripava ambições.
O centeio loiro a ondular no monte
turvou-lhe o caminho no verão da subida
e sem que se visse volatizou-se-lhe o ego
em divagações anacrónicas de vida
escapou-se sem controlo para um recesso
inexplicado, sem regresso.
Tem o prazo expirado.
Nas ruas da cidade, montras de ressesso,
anteciparam determinações com espanto
do ergotismo diagnosticado
com o prazo acabado.
com o prazo acabado.
hajota
Já li por aqui outros textos que gostei mais do que deste, Agostinho.
ResponderEliminarHá dias assim....
Ao contrário do Pedro, gostei bastante da plasticidade que deu ao poema.
ResponderEliminarNão é fácil, tem que ser ler pausadamente duas vezes e mais.
A imagem dos marmelos fez-me lembrar um filme - mais ao menos curta- metragem que vi há uns anos.
http://youtu.be/eB9Mr1w4iQI [Encontrará também, penso eu, na minha janela]
Bom dia!:))
O Van Gogh talvez pedisse este poema a ilustrar a sua pintura...
ResponderEliminarabraço
Concordo que se torna mais belo à medida que se relê (nem sempre é fácil entrar-se poemas do Hajota...)
ResponderEliminarNão entendo bem é a presença dos marmelos na lua. Nem por questões de rima, naturalmente.
retrato actual de uma transição (?) ou não...
ResponderEliminarum poema inundado de um certo surrealismo.
e o sol a brilhar na eira...
:)
Podemos negar o tempo, mas não podemos escapar no seu abraço, li algures. E lembrei-me desta frase ao ler este seu belo poema feito de memórias...
ResponderEliminarUm beijo, amigo.
~
ResponderEliminar~ ~ Vincent pintou este quadro no sul de França-- é mesmo trigo e não centeio.
~ ~ Talvez o título "Vincent,,,", tornasse o texto mais inteligível.
~ ~ Como personagem muito infeliz, merecia ser tratado com mais compaixão, humanidade e simplicidade.
~ ~ ~ ~ ~ Convido-o a ouvir este tributo a V V Gogh. ~ ~ ~ ~ ~
~ ~ ~ http://www.youtube.com/watch?v=Gi_P8XwrSCU ~ ~ ~
Uma pequena nota.
ResponderEliminarQuando escrevi este poema não tinha em mente, de maneira nenhuma, Van Gogh. Escolhi este quadro pelo dramatismo que ele encerra quando fiz a edição aqui. O poema pretende esboçar a marca dum tempo que é nosso: a degradação humana. E mais não digo para não tirar a cortina. Façam o favor de ler uma vez mais.
Agradeço à Majo a indicação do vídeo inscrito no seu comentário que é muito bonito e que aconselho a todos os meus amigos.
Um belo poema, sem dúvida... Abraço
ResponderEliminar