Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Alberto Caeiro, O Guardador de rebanhos
Sousa Pinto, a macieira partida - http://cct.portodigital.pt/ |
Penso.
O mundo faz-se na criação
cega e pura, na abstracção,
de que resulta equilíbrio natural
Tenso,
depois, o Autor arma-se de intenção,
enredos, cálculos e sedução
e resvala do luminoso à escuridão.
Propenso
em conceber julgamento
iníquo, invejoso, de alma dura, vem:
- roubaste a maçã do início!
hajota
hajota
O homem parece carecer, sempre, de voltar à casa "partida". Até à partida final.
ResponderEliminarSempre pertinente, Agostinho, é um enorme prazer lê-lo.
Abraço
Às vezes, ficamos presos na escuridão... Há sempre quem maltrate a ordem das coisas...
ResponderEliminarInteressante...
Obrigada pela visita.
Beijos e abraços
Marta
Penso tenso propenso
ResponderEliminartodos os dias como uma maçã
Uma bela viagem
Texto e imagem
Abraço poeta
"A maçã do início" roubada pelo poeta. Por isso ele perde todos os paraísos deste mundo e do outro...
ResponderEliminar"Filho de Adão e Eva, era de treva o seu destino". Cito Torga. E digo que, ao querermos um mundo à nossa medida, podemos ficar sem esse "equilíbrio natural" de que fala o seu excelente poema...
Um beijo, meu Amigo Agostinho.
Poeta
ResponderEliminarAterra
O Paraíso é coisa inventada
e a maçã é a origem de nada
(talvez a flor...)
O equilíbrio natural?
Vai-se equilibrando...
umas vezes bem, outras vezes mal
Visitei seu Blog e gostei do que li, belos escritos...voltarei
ResponderEliminarMais um poema sublime, Agostinho.
ResponderEliminarUm gosto ler o que escreve.
Aquele abraço
O país vibra
ResponderEliminarjá tem um ponto
E assim o verbo foi para as palavras como a maçã para o paraíso.
ResponderEliminarE os poetas desenham sentimentos na ponta dos dedos.
Sempre bonito,Agostinho
um abraço
~~~
ResponderEliminarAcho o poema divertido e até me ri com gosto
pelas qualidades que atribui ao Autor.
Sempre perguntei-me por que criou ele duas
pessoas anatomicamente diferentes para as
colocar no paraíso, sem comer maçãs...
A gravura torna o poema mais hilariante.
A expressão da camponesa está soberba!
Este poema está uma maravilha, Poeta e nós
bem precisamos de rir.
~~~ Beijo ~~~
~~~~~~~~~~~~~
Talvez por isso, o mundo ande tão tenso...
ResponderEliminarNinguém parece ter tempo de parar... nem para pensar...
Restando ao mundo a escuridão... ainda que debaixo de sol... na sua forma de actuar...
Perde-se o Paraíso... e ganha-se a eternidade de um Inferno... mesmo em vida...
Pensar incomoda... sobretudo quem não pensa como nós... e gostaria de pensar... (por acaso, tenho constatado muito isso, lá no meu canto, últimamente... e dessa parte, falo com conhecimento de causa... pois tem-me tocado particularmente...) :-D
Mas é sinal, que pensamos...
Como sempre, escolhas brilhantes, como suporte do tema... e um belíssimo poema, que nos propicia a pensar... sem tensões... sobre o valor das nossas convicções...
Beijinho! Bom fim de semana!
Ana
Bravo!
ResponderEliminarum poema "propênsico" - original!
propenso, ligo existo!
(confessa que andas com a maçã atravessada na garganta...
não te engasgues, pá!)
abraço
e se a luz e as palavras resvalam
ResponderEliminartalvez nem tudo esteja perdido
muito belo
bom fim de semana.
beijo
:)
Penso que faz efetivamente falta a pureza de Caeiro...
ResponderEliminarInteressante reflexão!
beijinho
~~~
ResponderEliminarVoltei.
Finíssima ironia, Poeta!
~~~~~~~~~~~~~~~~
Para além dos limites, nada me resta senão enaltecer o poema, pois há muito deixamos de ser o mistério.
ResponderEliminarBravíssimo!
Abraços,
O seu poema pôs-me a pensar ...
ResponderEliminaro autor ficou confuso e a camponesa também.
Acho que o pecado original, correu mal :)
Desculpe esta minha divagação, achei o seu poema além de brilhante, hilariante!
Um beijinho Agostinho
Agostinhamigo
ResponderEliminarNão posso concordar com o teu poema, porque não há rima que lhe valha. De boas intenções está o inverno, oops, inferno cheio e nem é preciso pagar bilhete por inteiro. Não é um verso depé, i.e., de pé quebrado; é um quebra-conde humanitário enroupado de plástico amarelo com corações verdes e dentro deles estrelinhas cor de burro quando foge. Finalmente e sem sombra de qualquer árvore de Natal sem enfeites, gostei, gostei muito, adorei.
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Abç do Leãozão
Belo poema e profundo
ResponderEliminarTão único o Guardador de Rebanhos.
ResponderEliminarO teu poema excelente com a tua marca criativa e sempre um
todo de arte a partilhar.
Tudo começa com o mental, já diz a Física Quântica que o
mundo é mental, mas o mental é vibração e vibração é matéria e luz.
Parabéns pela profundidade do teu poema que nos conduz a vários
caminhos de leituras e tom Filosófico a ironia.
Bj.
hajota
ResponderEliminarvim reler e deixar meus votos de um bom final de semana.
beijinhos
:)
Há que se antepor o pecado à poesia... Ou foi a poesia que incitou o pecado?
ResponderEliminarBelos versos! Uma imagem intrigante!
Como intrigados ficamos com a riqueza dos teus pensares!
Sorrisos e estrelas a coroar teus caminhos, meu amigo!
E um festivo final de semana no passar das tuas horas,
Helena
E a expressão da camponesa, com as maçãs no chão....
ResponderEliminarBom final de semana Agostinho.
o livre arbítrio e a maçã sabe sempre bem
ResponderEliminarentre a luz e a penumbra
um abraço, Agostinho
Parabéns, Agostinho, pelo poema. Uma espécie de epigrama filosófico, de fino recorte.
ResponderEliminarDás cada mergulho!...
Felicito-te também por virares as costas ao AO (se calhar involuntariamente, mas, enfim...)
Não deixe de escrever nunca!
ResponderEliminarBeijos
Quanto mais se pensa,mais perdemos a vida linda que temos,a vida tem que ser bem aproveitada,sem perdas de pensamentos tristes,quanto muito,podemos pensar em coisas alegres!!
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