Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Álvaro de Campos,
estrofe de abertura de Tabacaria
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oooooOOOooooo
(imagem minha) |
oooooOOOooooo
Imprevisto chega o dia
Vê-se vazio
na pedra do cais sentado
Em terra corre o quente
sangue que doou
O vermelhão nunca lhe faltou
mas sabe o seu destino
Sente o peito cheio de sal
Esquadrinha no horizonte o barco
que o há-de levar
toca-o a melancolia de fim de dia
e a saudade do futuro:
da lâmina de gelo
que cairá da sombra em si
No zénite a luz reduz
a sombra
que cresce até ao fim:
inteira engole a luz
Si compleatur officium
(cumprido é o ofício)
hajota
Eis um Ofício muito bem cumprido,
ResponderEliminarbem ilustrado,
sublimemente,
sem imprevisões,
e com total beleza
bem elaborado.
À parte os sonhos de Álvaro de Campos
tenho Pessoa e o Agostinho
do lado esquerdo do meu peito.
Um beijinho, Poeta e Amigo.
Simplesmente belo! Amei
ResponderEliminarAcendem-se as luzes em esplendor...
Beijos e um excelente dia!
Adorei este pensar na vida... com sabor a sal... cheiro de maresia... e com o sentir de uma vida... bem vivida, mas também sofrida...
ResponderEliminarE é sempre um prazer... descobrir os talentos fotográficos do Agostinho!... Este caminho de pedra... está muito bem visto!...
Imagem e palavras, num complemento perfeito! Gostei imenso...
Pessoa... dispensa palavras... para mim, ele é... a Palavra...
Beijinho! Continuação de uma feliz semana!
Ana
Belo caminho de pedras
ResponderEliminarAbraço poeta
O dia é sempre um imprevisto e tal como diz Álvaro de Campos, que haja sonhos...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Carpe Die, tempus fugit, Agostinho.
ResponderEliminarAquele abraço, bom fim-de-semana
No cais das chegadas e partidas fica-se com "o peito cheio de sal" e olhar olha a luz até ao acabamento do olhar… Muito belo, este seu poema, meu Amigo Agostinho. Gosto muito da imagem e, claro, da estrofe magnífica da "Tabacaria".
ResponderEliminarUm beijo.
Cumprido o comprido ofício,
ResponderEliminarTodos os sonhos do mundo
Não cumpridos, têm no fundo
Origem em vão sacrifício
Do plano que em estrupício
Gorou, não sendo fecundo
Por origem no segundo
Da fecundação - no início!
Sonhos são sonho e assim
São quimeras que no fim
Redunda em um plano falho.
Ter sonhos não é ruim
O ruim é ter sonho afim
A um plano como trabalho.
Bela imagem clicada pelo amigo e belíssimo poema, Agostinho! Parabéns! Grande abraço! Laerte.
Alma de artista. Talento de artista!
ResponderEliminarEste é dos tais para encaixilhar.
Sintetizas magistralmente, Poeta!
um poema cheio de sal e ofício cumprido
ResponderEliminarem completa sintonia com a foto do Poeta que já por si é um autentico poema
Gostei muito.
Uma boa semana
e um beijo amigo
:)
Muito belo este imprevisto dia.
ResponderEliminarAbraço
... e no entanto quiseram convencer-nos que seríamos como deuses (Eristis sicut dii)
ResponderEliminare acreditamos!... e pagamos no caminho das pedras!
excelente, amigo Agostinho
grande abraço
Também para a Europa
ResponderEliminarhá um caminho de pedras
que vale a pena
Excelente o seu poema
Abraço
Muito bonito!
ResponderEliminarUm poema excepcionalmente BOM, Agostinho.
ResponderEliminarEste sabor a sal delicia-me...
Feliz a alusão à Tabacaria...
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Uma publicação que
ResponderEliminarme enche de calma e
reflexão.
Bjins
CatiahoAlc.
Amigo Agostinho, maravilhoso como sempre, com sabor a sal e a nostalgia. A imagem é fantástica. Bom fim de semana Beijinhos
ResponderEliminarOlá, Agostinho, vontade dá de sentar numa pedra, olhar além do horizonte e pensar na vida, no futuro, caminhar pensando e com os pés na areia, sós, apenas com a paisagem como companhia. Acho que isso tudo é paz.
ResponderEliminarBelo poema, dá asas à imaginação!
Quanto ao poema de Álvaro de Campos, li tanto esse poema que acho que faço parte dele. Tem uma tristeza infinita e que comove!
Beijo.
Oi Agostinho
ResponderEliminarDepois de uma pausa meio grandinha,cá estou a falar com meus amigos portugueses.
E digo-te que 'o mundo não é grande'_ a um clic,em frente a um teclado, estou contigo!
e,com tua presença marcante , tua escrita fina , tua visão do 'mundo grande'.
E gosto muito do que sinto! e fico a 'esquadrinhar'o horizonte contigo nesse Atlântico imenso que nos separa.
Meu abraço meu afeto e meu obrigada pela presença,sempre querida.
Belíssima imagem e poesia!
ResponderEliminarHá sempre um imprevisto que nos espreita.
Beijinhos.
Simplesmente maravilhoso! Te vi lá na Lis e vim te ver! abraços,chica
ResponderEliminarGostei muito de sua postagem.
ResponderEliminarE porque já estou de volta... do "meu" mar, onde estive uns dias... vim matar saudades dele, continuando a respirar a maresia daqui... que nos inspira... a prosseguir o nosso ofício... com a mesma cadência e constância que o oceano nos inspira...
ResponderEliminarBeijinhos! Feliz semana, Agostinho!
Ana
Oi Agostinho querido
ResponderEliminarPoema lindo e imagem belíssima.
Beijos
Ani
Un saludo desde Almería España
ResponderEliminarA foto é magnífica.
ResponderEliminarE o poema é excelente.
Gostei imenso das duas manifestações de arte.
Caro Agostinho, continuação de boa semana.
Abraço.
Um peito cheio de sal emocionado com a melancolia do fim do dia
ResponderEliminare a saudade do futuro...
A hora em se sente que o ofício cumpre-se pode apanhar- nos assim:
vazios, num cais de pedra sentados... Principalmente e se paaou a
vida no mar...
Muito belo, estimado Amigo, muito belo.
É um gosto voltar a lê-lo.
Tudo de bom para si e sua família.
Dias plácidos e agradáveis.
O meu abraço cordial.
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Metáforas de vidas: as vividas e as por viver.
ResponderEliminarUm abraço
Passei para ver novidades e agradecer o carinho no meu blogue.
ResponderEliminarLamento não encontrar um poema novo: não gosto de o sentir
assim, como se aguardasse o fim.
Venham dias inspirados para deleite dos seus leitores.
Amigo, o meu abraço carinhoso.
Tudo bom.
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Tudo bem por aí, Poeta?
ResponderEliminarDesejo que a saúde vá boa!
Beijinhos e bom fim-de-semana, Amigo Agostinho.
A efemeridade é uma condição e por isso temos de ter sonhos, muitos, e cumprir os possíveis, para bem cumprirmos o ofício...
ResponderEliminarAdorei o poema e a foto é sublime!
Beijinho grande
Um excelente poema.
ResponderEliminarParabéns pelo talento e pela inspiração.
Caro Agostinho, uma boa semana.
Abraço.
sem querer comentar
ResponderEliminar- porque perturbador nas
sombras, e na luz vencida -,
fica-me a pedra, solitária,
na sabedoria do tempo.
e a verdade na saudade,
já, do presente atrás.
que o Poeta seja, e o ofício,
no mínimo, tenha luar.
Um grande abraço, Agostinho.
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