imagem colhida na web |
Dum "Mundo do Fim do Mundo"
Luís Sepúlveda
- RIP
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Foto minha |
Na pedreira das
encruzilhadas
ainda há
almas grandes mas
eu rio rio da força das águas
que me percorrem
e afundam
Num limbo suspenso de resgate
entre
margens nado e alguém
carrega às costas esforçadas
os blocos de
Sísifo
- a fome e a
sede do Mundo
Há contudo um manto de neblina húmida
e fria a embotar-me
a clarividência das ideias
Tão difícil é
discernir no crivo
a Verdade destes
dias de chumbo
de densidade
dobrada
Tão pesados
são e tão
nítida a volatilidade
do tempo
hajota
Uma perda!
ResponderEliminarPaz à sua Alma!
:(
-
Segue o meu imaginário ...
-
Beijos e um excelente noite!
Intensos teus versos, Agostinho! Linda poesia! abraços, chica
ResponderEliminarAlma grande é a do Poeta!
ResponderEliminar(muito lindo. muito angustiante. muito angustiado...)
Beijinho.
Vivo
ResponderEliminarnão apenas nas memórias
Abraço
Sim, estamos vivendo um pesadelo, angústia, insegurança...nossas almas estão no pior dos inverno, pois muito pouco sabemos. Torço para que venha logo uma primavera florida e que traga um renascimento, uma paz para o mundo. Éramos felizes.
ResponderEliminarbeijo, belíssimo poema.
Dias de chumbo que vivemos na penumbra,
ResponderEliminarno medo de ver luz
de sentir o calor do sol
acariciando-nos a pele.
Medo, solidão, incerteza.
E neste confinar de mágoas
vamos fenecendo.
Grande Poeta Agostinho.
Um grande abraço!
Há, haverá sempre a dor.... mas viverá sempre na memória... e o Mundo renascerá como a Fénix e voltará a ler " romances de amor"...
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
Nadar entre margens. Carregar aos ombros o pedregulho de Sísifo, como se fosse a fome e a sede do mundo. Nestes dias chumbo sabemos quanto somos frágeis e fortes, inseguros e determinados…
ResponderEliminarUm poema muito expressivo, meu querido Amigo Agostinho.
Também senti muito a morte de Luís Sepúlveda. Guardo no coração as palavras que ele escreveu e que pude ler.
Um beijo.
hajota
ResponderEliminaruma homenagem com um poema denso dorido e verdadeiro
dias de chumbo de medo e dor
incerteza do que virá
e uma esperança cada vez menor
um poema brilhante e duro mas relista
um bom final de semana
beijinhos
:(
Nem os poetas se salvam da angústia. Sobretudo quando os dias são de densidade dobrada! Mas eles têm também a capacidade de ver a luz ao longe... Bela homenagem a Sepúlveda, exímio na arte de induzir sonhos!
ResponderEliminarFicar-nos-á para sempre :)
ResponderEliminarAbraço
poema lapidar, caro Agostinho
ResponderEliminaros dois últimos versos "marcam"
e ficam a tilintar como cristal fino
abraço
Mas as palavras, firmes como rochas que não murcham nem sob a água e nem sem a água, permanecerão. Um abraço.
ResponderEliminarAs cinco últimas linhas, em especial... traduzem na perfeição, o espírito destes dias pesados... em que, no meu sentir, quando páro mais um pouco... só me dá para um dormir nervoso, feito de cansaço, stress... e em modo de alheamento automático!... Tinha planos para esta quarentena... de descansar... ler... ver filmes... qual quê?... Quem consegue?... Eu não!...
ResponderEliminarSempre em modo alerta, todo o dia!... Entre o limpa aqui, e esfrega acoli... compensados com um espirro ou uma tosse, ocasional, da senhora dona mãe... que até se me faz dar quase uma coisinha má... mais depressa a mim, do que a ela!... :-))
Enfim!... Inquietações do presente... de quem a falta de oxigenação em condições, sem ser com máscara a tapar o nariz, ao ar livre... até se me fazem da cabecita, andar a bater mal...
Sepúlveda... que parece ter despertado a emergência do nosso estado... e Estado... que praticamente logo a seguir ao encontro literário, da Póvoa do Varzim... assim o declarou... e uma das muitas vitimas, desta bichice implacável, que nos tornou a todos, os potenciais piores inimigos, dos que nos estão nas imediações... mais chegados, ou mais desconhecidos...
Gostei imenso, deste poético, e realístico sentir... com que me identifico... em que à margem dos dias... nadamos... sentindo que a qualquer momento, nos afundamos...
Mas... onde será que fica o botão do OFF, deste nosso filme, autobiográfico, de constante suspense? Queria fazer um REWIND para aí, há uns 3 meses atrás... vá lá, há 6... porque a partir daí, certamente, já a bichanice, teria sido inventada/criada/nascida... mas mal aparecida e parida... foi com toda a certeza... esta filha duma micose, nascida debaixo da asa de um qualquer surrento e sarnento morcego!...
Enfim!... Bora lá ir navegando à vista... dia a dia... na expectativa de que o barco, onde todos estamos, não encalhe, não seja o Titanic, mas antes seja o Seixalense, ou o Sintrense, ou outro cacilheiro que nos valha... e que garantidamente nos leve a outra margem, um bocadito ali... mais à frente... e sem meter muita água!...
Beijinhos! Feliz domingo!
Ana
A foto... está muita boa!!! A diagonal escolhida... mesmo feita a régua e esquadro!... Acho que anda por aqui, um belo dum fotógrafo, muito bem disfarçado... nem que seja em modo de pijama!... :-))
Confesso que hoje, verdadeiramente, sinto o peso da clausura - é o primeiro aniversário da minha filha (desde que ela nasceu) que passo longe dela, que não lhe posso dar aquele abraço apertado...
ResponderEliminarOs outros dias passam-se. A vida passa...
Luís Sepúlveda também passou para outra dimensão, deixando um vazio difícil de preencher. Ainda bem que o recordou aqui.
O poema é de excelência!
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
"ainda há almas grandes"
ResponderEliminarDeixo um abraço
E a margem comprimindo cada dia mais por aqui Agostinho
ResponderEliminarUm 'salve-se quem puder', diante da insensatez política que os brasileiros desgovernados se juntam aos ignorantes e veem os dias passando e afunilando, sem solução a curto prazo.Pobre País tropical, meu amigo. O que alimenta é exatamente a overdose de sol que temos e acordamos com o brilho nas janelas.
Como seu poema entendo que sim _é muito 'dificil discernir'... :((
abraços e abraços (sempre assim, intocáveis) rs
Uma bela homenagem a um escritor que admiro.
ResponderEliminarE que ficará na nossa memória por muito tempo.
O poema é excelente, parabéns pelo talento que as suas palavras revelam.
caro Agostinho, continuação de boa semana.
Abraço.
Este poeta também é um Sísifo vergado à força de tudo o que é inevitável e mais poderoso que ele próprio, mas consegue renascer e salvar-se pela força das palavras que o trazem até à margem...belíssimo e mais diria...
ResponderEliminarbeijinho amigo
Que lindo poema, que escritor perdeu-se!
ResponderEliminarPassando a fim de desejar que tenha um dia abençoado e elogiar este poema lindissimo que nos oferece
ResponderEliminarPara quando nova publicação?
Cumprimentos poéticos
A neblina húmida acabará por ser afastada.
ResponderEliminarGrande perda a morte de Luis Sepúlveda.
Saúde e muitas saudades
Agostinho,
ResponderEliminarAté os deuses ficariam surpreendidos com estes "dias de chumbo de densidade dobrada". Nem sei que te diga, amigo, apenas que entendo muito bem o aparente avariar da bússola.
Grande abraço
Embora os dias se vão clareando, o cinza dos dias renascem mesmo em dias de sol. É que não basta a Natureza dar um sorriso sempre com o seu encanto nas margens do dia ou da noite . Há um bater de asas que nos surripia o sossego da alma . O grande Luís Sepulveda deixou- nos a marca de um tempo que o levou sem ser o tempo certo. Perda e saudade .
ResponderEliminarBeijinho, Agostinho
Continuará por certo, um gato, teimosamente, a ensinar uma gaivota a voar
ResponderEliminarou um gato a voar, quem sabe...
um abraço, Agostinho.
Vim ler um pouco aqui
ResponderEliminare agradecer sua presença
no Espelhando.
Gosto de passear
por entre suas palavras.
Bjins
CatiahoAlc.
Um belo poema!
ResponderEliminarAinda estávamos apenas no início... e a neblina se adensou, e a força das águas quer submergir-nos. Vamos nós mantendo-nos à tona, sempre!
Beijos.