Periclitantemente preso
ao movimento dos dias
um cetáceo pendente dum fio
esfiapado,
espera embarque no cais.
Na incerteza da horizontalidade
do linóleo da estação
pára,
Um
natureza quase morta,
robalo
inerte numa cama,
homem
assim vale nada:
seja
quando Deus quiser.
rebobina à pressa
a vida na ordem inversa,
desfia rosários de meses dias
horas,
a existência, procura
a alvorada onde tudo começou.
No cais uma natureza quase morta,
avança.
Confere no fio de prumo
a justeza da verticalidade,
o perfil,
Seja
o que Deus quiser
um
homem assim vale nada.
sente os balanços telúricos da
idade,
o lento movimento dos pés,
o fervilhar do coração.
Precipita-se em câmara lenta
para o cais
qual cetáceo arpoado
suspenso dum barbante
espera o aço frio da adaga.
25jan2014
hajota
Sem comentários:
Enviar um comentário