terça-feira, 9 de abril de 2019

O Humano Ofício III


Beijo

Num instante
olhos nos olhos
um céu incendiado

Fechados

E por sorte
o fenómeno ocorre
espontâneo tão bem

também
quando chove:
o mesmo céu


hajota


oooooOOOooooo



Foto: Sebastião_salgado


oooooOOOooooo



A figura define-se na devassa
fibra a fibra
do incorpóreo impalpável
a princípio
pincelada a pincelada
de emoções sentimentos diluídos
na pré derme dos fluídos
até à consistência espessa
da força da forma do volume:
corpos coloridos de vida


hajota

15 comentários:

  1. Belo, imensamente belo, o primeiro poema!

    As fotografias de Sebastião Salgado, são um imenso grito de angústia e desespero, de gente que já perdeu a voz. A triste realidade dos nossos dias e de outros dias já passados.

    O segundo poema, o retrato fiel do sentimento do fotógrafo, e da alma de quem sente a dor alheia como se sua fosse.

    O Humano Ofício da Humanidade é Amar, amar sempre.

    Beijos, Poeta.

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  2. Todo un tiempo de espera para ser día y noche en plena luz.
    Abrazo

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  3. E abre a mente...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  4. Uma perfeita maravilha, Agostinho.
    Como é hábito.
    Aquele abraço

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  5. Uma contradição parece saltar do coração. E a emoção é tão forte que a ternura da imagem, deixa de ser dor, para ser um sorriso.Quer à vida, sim, mas também para si, Agostinho!
    Por isso o céu, azul ou não, tem a mesma beleza.
    Beijoo!

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  6. Gostei dos "olhos nos olhos um céu incendiado". A magnífica fotografia de Sebastião Salgado comove e inquieta por tudo o que representa de vida vivida, de abandono, de desamparo, "de emoções sentimentos diluídos" fibra a fibra, neste humano ofício que é viver.
    Um beijo, meu Amigo Agostinho.

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  7. Olhos erguidos ao céu
    Enxergam a fotografia
    Pela luz que deveria
    Mostrar os anjos ao léu!

    Mas nem tudo é um troféu
    À vitória! A covardia
    Às vezes não alumia
    A dor, nem tira o chapéu

    Em reverência ao afeto
    Nem mesmo um ato discreto
    De piedade ela externa!

    Triste covardia humana
    Que faz uma mente insana
    Ter a luz de um caverna!

    Parabéns, amigo Agostinho! Lúcida postagem e belíssimo poema! Quanto às fotos do Salgado, muitas delas nos deprimem. Mesmo que seja necessário mostrar a tragédia dos comuns, é deprimente exacerbar a evidência! Grande abraço! Laerte.

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  8. Dois excelentes poemas.
    Qual deles o melhor...
    Caro Agostinho, um bom fim de semana.
    Abraço.

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  9. "quando chove o mesmo céu" é ... o Céu!
    o primeiro poema é um poema solar (apesar da chuva) muito belo,
    de que gostei muito.

    o segundo poema tenho requer mais que uma leitura!

    até lá...

    um abraço

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  10. o primeiro poema, achei-o belo e sedutor.
    o segundo poema olhando a foto e lendo diria que o poema é uma tela não pintada apenas escrita em palavras cadenciadas e assertivas.
    Uma boa Páscoa
    Beijinho
    :)

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  11. Primeiro poema: Um pequeno hino ao beijo. Belo!
    Segundo poema: É mesmo o segundo. Demasiado hermético, na linguagem. Pouco... poético.
    Mesmo assim, viva o Poeta AJ!

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  12. No primeiro poema... um céu visto... por quem sabe ver, para lá do olhar...
    No segundo poema... a construção da realidade... com uma pincelada poética... a que a foto de Sebastião Salgado... veio acrescer em tom e profundidade... por quem sabe ver, para lá do olhar...
    Mais um post excepcional, Agostinho! Parabéns! Feito por quem sabe mesmo ver...
    Beijinho! Votos de continuação de uma excelente semana de Páscoa
    Ana

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  13. Somos todos
    esse misto...
    Lindos versos.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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