deitar fora
deitar fora deitar fora
até encontrar o
eu que está fundo
até descobrir a
verdade do mundo
A gente a
despenhar-se no vácuo
acumulado de
tempos e pessoas
a encontrar-se nas certezas e manias
a encontrar-se nas certezas e manias
na indelével
erosão dos dias
Com anódinas
camadas de tinta
sufoca a frágil cor original
é deitar fora
deitar fora deitar fora
até chegar ao miolo onde o eu mora
até chegar ao miolo onde o eu mora
até à
conjugação do verbo ser
no presente da própria
pessoa
é deitar fora
deitar fora o indigente
ontem competentemente displicente
Diluindo a dor da reflexa conjugação
do fazer na afirmação
do presente
é que a gente há de articular o futuro mais
sem consoantes
a ferir a pureza das vogais
hajota
hajota
Gostei muito deste poema!
ResponderEliminarA pintura é linda e fica aqui bem.
Boa noite:)
Muito poderoso e profundo, na mensagem...
ResponderEliminarGostei menos, literariamente, das duas últimas quadras. Perdeu-se um pouco o ritmo...
Para guardar, para guardar, para guardar.
ResponderEliminarpois é meu caro poeta.
ResponderEliminareste nua está cheio de dualidade e no entanto tão lúcido que até arrepia.
a tela do Picasso ficou muito bem.
beijo
:)
É nua que nos devemos ver...sem roupagens que nos distraem...
ResponderEliminarLindo... Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Em que jogos nos enredamos até reconhecermos que o encontro do próprio eu é necessário? A nudez expõe a alma a todas as reflexões... Muito belo e profundo o poema, Agostinho.
ResponderEliminarUm beijo.
Uma nudez necessária ao conhecimento e ao sentimento.
ResponderEliminarbeijinhos
O poema é lindíssimo.
ResponderEliminarDá vontade de o levar e ler, ler, e voltar a ler.
Picasso soube tão bem reinventar a mulher.
Bom dia!
Poema lindo com uma dualidade tão bem conseguida! Que vontade tenho de fazer uma canção com este poema. Posso?
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