Continua em cena
a farsa dos sapatos resplandecentes
dos pés nús.
Das deambulações
constantes
resulta o déficit crónico
da Nação:
desgastam a pedra (fria)
na procura de nada.
E o nada que é tanto!
basta ouvir os empíricos
na tv,
a sabedoria avençada do
costume
carregada de razão.
Estatística, pois,
em queijos e barras
gráficos
debitam médias, modas,
tendências
diagnósticos precisos
prescrições miraculosas:
a nação fica esclarecida
das boas intenções
para que ninguém diga:
Não!
E,
apesar de tudo,
as folhas caem,
inexplicavelmente,
nas ruas deste país.
Os unhas roídas da fome,
gelados em longos silêncios,
caem na vil dormência
da tristeza crónica,
sem ter como desatar os
dias:
como não lhes crescem as
unhas,
contrariando o êxtase oficial,
o desespero apura a solução do nó.
old man with his head in his hands - Vicent van Gogh |
10set2014
hajota
Vão enganando as pessoas com a falsidade das estatísticas e continuam a afundar o país deixando-o nessa "tristeza crónica" de onde vai ser difícil sair!
ResponderEliminarPoema e imagem completam-se na perfeição!
Bom domingo:)
OI AGOSTINHO!
ResponderEliminarAS PESSOAS VÃO CAINDO NUM MARASMO, DECORRENTE DA DESCRENÇA QUE SE INSTALA, QUANDO NÃO TEMOS MAIS EM QUEM CNFIAR.
MUITO ELOQUENTE TEU TEXTO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Bom dia
ResponderEliminarAs estatísticas só servem de um lado. Do outro a fome marca lugar. A comunicação serve apenas um dos lados. Do outro as folhas caem lentas anunciando a morte lenta.
Morrendo lentamente... Brilhante...
ResponderEliminarBom domingo...
Beijos e abraços
Marta
Um orgulho a tua obra.
ResponderEliminarE "eles" passam incólumes, fingem não ver as folhas que caem e as unhas roídas...
ResponderEliminarBeijo!
Agostinho,
ResponderEliminarO ciclo fecha-se: Verão-Outono-Inverno - Primavera-Verão - que finda, porém as vozes não mudam e as folhas caem com tristeza de que a fome continua...
Um mundo que tem que mudar pois está gasto.
Boa semana que se avizinha.:))
desatar o nó e com o que fica da corda
ResponderEliminarfazer um chicote, para acordar a noite em que mergulhamos lentamente
O comentário que fiz ao antecedente poema e que "deixaste cair, sem querer" assenta muito bem neste:
ResponderEliminarInspirado. Contundente. Lúcido. Soberbo.
Enquanto as folhas caem e as unhas vão desaparecendo, de tão roídas, "eles" debitam discursos e vomitam quadros, gráficos, barras e queijos... Assim pensam ir enganando os tristes...
Parabéns, vate!
E,
ResponderEliminarapesar de tudo,
as folhas caem,
...
Adorável poema
ResponderEliminarrecheado de 'verdades".
Encantada observo
a gravura de Van Gogh, amo.
Linda nova semana.
CatiahoAlc.
Quanto mais ouço a presporrência de certos comentadores encartados mais enojado fico, Agostinho.
ResponderEliminarUns nitidamente a soldo, a fazer favores ao dono.
Outros tão especialistas (????) que falam com a mesma sabedoria do bolo de bacalhau e do míssil de longo alcance.
Já não há pachorra!
Boa semana
Agostinhamigo
ResponderEliminarA Aninhasamiga disse tudo numa só frase O Mundo tem de mudar porque está gasto... E somos nós que o gastamos, com folhas caídas ou sem. Mas eles os do (des)Governo não entendem isso e nem roem as unhas. E o teu poema.belíssimo, bem os pode tentar espevitar. Debalde, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada. São uns vampiros fdp (por extenso: filhos da puta) que nos sugam até ao tutano.
Abç