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Levava horas perdido
perante a vidraça a ver,
sem sentido,
o caprichoso contorno
da chuva a escorrer.
Comigo o tédio da inação
e, lá fora, o transtorno
do tempo a persistir.
Adivinhava-me na rua
a fazer coisas inadiáveis:
trepar ao mastro dum veleiro,
prevenir a abordagem de piratas
de cima de um pinheiro,
e, com a cabeça na lua,
explorar carreiros de formigas
no aprovisionamento estival.
Para melhor enxergar
aproximava o rosto
ao vidro embaciado da janela.
A olhar para anteontem,
com o dedo de apontar,
desenhava o sol a brilhar,
E se o sol não vinha,
com os olhos já cansados
de esperar,
dizia sozinho uma reza:
"Nossa Senhora da Conceição
manda sol e chuva não!"
para a chuva parar.
hajota
Tem sido um temporal tremendo, não tem, Agostinho?
ResponderEliminarÀ distância vou acompanhando as notícias e até mete impressão.
Aquele abraço e votos de boa semana
E são estas as surpresas que o tempo nos oferece. Gosto de chuva. É bela e refresca-nos. Renova a terra e revitaliza as plantas.
ResponderEliminarTambém nos limita os movimentos e nos aprisiona por detrás de uma vidraça onde desenhamos muitos sonhos.
Já nem me lembrava disso, do "Nossa Senhora da Conceição, manda sol e chuva não"... :)
ResponderEliminarO tempo outonal mesmo que ainda quente e com as estações desencontradas, é sempre um templo reflexivo, e a chuva (como também postei outro dia) é sempre um motivo de bela inspiração...
um abraço
Um poema muito belo. Apetece dizer: "os dias de chuva são odiados por quem nada sabe de paixões..."
ResponderEliminarUm beijo, amigo
Gosto da chuva....Divaga-se, (re) encontra-se o tempo, escreve-se....
ResponderEliminarLindo....
Beijos e abraços
Marta
OI AGOSTINHO!
ResponderEliminarESTAMOS AQUI NO BRASIL, NA PRIMAVERA ENTÃO, A EXUBERÂNCIA DE FLORES. CORES, PÁSSAROS CANTANDO, NOS INDUZ A ESCRITOS ENSOLARADOS.
MAS, ACHO QUE, UMA CHUVA NO OUTONO É UMA BELA FONTE DE INSPIRAÇÃO, HAJA VISTO TEU BELO TEXTO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
A tua inconfundível marca, Poeta do Poisio=Poiso=Mastro de Um Veleiro=Cima de Um Pinheiro...
ResponderEliminarAgostinho,
ResponderEliminarSimplesmente uma maravilha nostálgica.
Bom dia!:))
Dias que se aproximam, cinzentos, com a chuva por companhia.
ResponderEliminarConfesso que os dispensava, mas a tua poesia embelezou-os.
Beijos
Até gosto dos dias de chuva, e se ela inspira assim poetas que venha mais chuva!
ResponderEliminarBjs
Ah! lembrei-me da infância em que chuva significava ficar presa em casa... e o jeito era desenhar desenhar e desenhar o sol bem grande à espera do milagre!
ResponderEliminarAh! doces ironias da vida_ hoje quando o sol forte da minha terra insiste em não parar de brilhar eu quero mais é desenhar chuva chuva chuva rsrs
Amei o poema ,Agostinho_ vejo-te na vidraça... rs
abraços
Caro Agostinho,
ResponderEliminarQue tecido triste e melancólico esse poema, e muito intenso! Me afeta de rezas e pedidos de benefícios. Desde o poema anterior me lembro a despedida de meu pai, que aconteceu em longos dias de chuva.
Mas hoje , por aqui estamos louvando a chuva tímida que chegou de longa estiagem! Os dias são assim, feitos de travessias. Um abraço.
o poema é belíssimo embora a melancolia prevaleça.
ResponderEliminargostei!
bom fim de semana.
beijinho
:)