Naquele tempo os deuses
desceram à
Terra infecunda
para fundar harmonia e beleza
na alma angelical da natureza
e não tinham
relógio,
nem precisaram ter.
Dispunham da
eternidade,
sem princípio
nem fim,
para amar de verdade.
Entregaram-se
ao amor
pelas coisas
mais comuns.
A água,
fosse qual fosse,
dos rios ou do
mar toda ela era doce.
Por isso foi amada,
como as árvores
virgens,
cada uma com a
sua flor,
todas
frutificaram
graças ao amor.
Naquele tempo a flor era a flor.
Os deuses não sabiam dos olhos
nem da água que deles brota
nos desertos silentes da dor.
hajota
Painel de azulejos, 1992, Instituto Português de Oncologia do Porto, Julio_Resende_Azulejo_by_Henrique_Matos |
Não tinham relógio e dispunham da eternidade...
ResponderEliminarIsso é o sonho!
Boa semana:)
Crónica de um tempo mágico, Agostinho.
ResponderEliminarMuito bonito.
~
ResponderEliminar~ ~ Um poema que coloca uma grande questão filosófica e teológica: como pode um Ser perfeito criar a dor, uma das muitas imperfeições da Criação.
~ ~ ~ Um poema singular que homenageia quem sofre. ~ ~ ~
~ ~ ~ ~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~ ~ ~ ~
será que foram os Deuses que criaram a dor, ou seriam os humanos...
ResponderEliminarpoema belíssimo além de reflexivo .
:)
Ás vezes, sem que se diga uma palavra, a chorar por dentro...apenas oferecer conforto à quem sofre....
ResponderEliminarObrigada pela partilha...e pela visita
Beijos e abraços
Marta
Permita que destaque o final da sua bela poesia :
ResponderEliminarOs deuses não sabiam dos olhos
nem da água que deles brota
nos desertos silentes da dor.
O painel do Resende em sintonia com a poesia.
Tudo magnífico, meu caro !
Que voltem os deuses para nos salvar do que restou ,por aqui ...
ResponderEliminarLinda a poesia e o painel.
Dias em que os deuses se entretinham.
ResponderEliminarPena terem emigrado.
Deixaram-nos entregues à bicharada.
Beijinhos
Agostinho caro amigo,estou lisonjeada
ResponderEliminare envaidecida ao perceber que vc esta
lendo minha poesia.
Bjins
CatiahoAlc,
.
Olá, como tem passado?
ResponderEliminarTenho apreciado os seus poemas!
Um abraço!
A magia do poema a pegar-se-nos à pele.
ResponderEliminarBeijo, Agostinho.
não sabiam naquele tempo
ResponderEliminare perguntamo-nos se hoje o saberão
Agostinho,
ResponderEliminarEternidades assim nem aos deuses se vergam.:))
Lindo.
Não conhecia este painel de Resende e como tudo o que fez é lindo.
Boa semana!