quinta-feira, 25 de abril de 2019

pichem chamem cravem

Mark Rothko, orange, red, yellow





lavrem lavrem
agora que chove outra vez
semeiem poesia semeiem 
esta noite até à alvorada

anunciem anunciem
na rua e no campo o amor
pichem pichem até mais não
a cor vermelha da paixão

chamem chamem 
a cor todos com ardor
cantem cantem a canção
das quadras da Liberdade

pichem chamem cravem
o chão todo deste país
cravem cravem cravem
o  vermelho sonho - cravos 

levantem levantem
os braços todos e mais alguns
(outra vez) ninguém ninguém
esqueça a flor que fez Abril

Sempre quero ver se o Chico nota 
algum cheirinho a alecrim...


hajota

21 comentários:

  1. Uma linda ode à liberdade!!
    Aquele abraço

    ResponderEliminar
  2. E que se escreva poesia com a cor da paixão, da liberdade....
    Bom feriado...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  3. Gritamos liberdade até ao enrouquecimento da voz. Os cravos vermelhos viram crescer no meu canteiro…
    Um Beijo enorme, meu Amigo Agostinho.

    ResponderEliminar
  4. Alegre, bem humrado e expressivo poema, amigo.
    Gostei muito.
    Festejei a efeméride com uma homenagem...
    Tudo bom.
    Abraço festivo.
    ~~~

    ResponderEliminar

  5. Mas que bela e original «cantiga»
    que formidável ideia
    de celebrar Abril
    para além, como é evidente
    das chuvas mil.

    Tenho a certeza que o Chico vai adorar
    deixar de ficar carente
    e de certo já não vai cantar:

    Canta primavera, pá
    Cá estou carente
    Manda novamente
    algum cheirinho de alecrim


    Aqui há cheirinho a tudo o que é Português
    Alecrim, alfazema, cidreira e a cravos-de Abril.

    Beijinho, Agostinho!

    ResponderEliminar
  6. original, criativo e belo Poema de Abril
    vozes ao alto e venham mais cinco!...

    caloroso abraço, Poeta!

    ResponderEliminar
  7. Não sei o que aconteceu com o meu comentário!!
    Tudo bom.
    Abraço
    ~~~

    ResponderEliminar
  8. Claro que quis dizer que os cravos vermelhos vieram crescer no meu canteiro.
    Um beijo, meu Amigo Agostinho.

    ResponderEliminar
  9. Anunciar o amor dá medo. Talvez, só eu sinta assim...

    A liberdade é bem gostosa e merece ser desfrutada com sabedoria.

    Belo jogo de palavras, meu amigo.

    Proseando num dia

    ResponderEliminar
  10. Ninguém esqueça a flor que fez Abril... lembro-me em concreto de um Presidente da Republica, que fez sempre questão de nunca a usar, nos festejos de Abril... ocorreu-se-me... sobre alguém... que nunca tinha dúvidas e jamais se enganava... :-D
    Não poderia concordar mais com a intensidade das suas palavras, Agostinho... e a exuberância das suas cores... pois a liberdade... nunca será um bem adquirido... mas um processo, em constante manutenção... tem de ser semeada... cuidada... e aparada... para a liberdade de uns... não passar por cima da liberdade de outros!
    E acima de tudo... tem de saber ser muito bem conservada... pois há sempre umas mentes brilhantes... que adorariam desligá-la... para a tornar... numa recordação... em lugar de uma conquista...
    Belíssimo post, Agostinho! E belíssima forma de nos fazer a todos... não esquecer da importância do Abril de 74...
    Beijinho! Feliz domingo e uma óptima semana!
    Ana

    ResponderEliminar
  11. Agostinho, meu caro amigo

    digo-te, medindo as palavras : um dos mais belos e originais poemas de Abril
    que me foi dado ler, ao longo dos anos!

    caloroso abraço

    ResponderEliminar
  12. Muito bonitas as expressões e me arrebaram todos os versos.
    Apreciei a pintura de forma especial.

    ResponderEliminar
  13. Muito intenso, inspirado e super-original.
    Parabéns, Agostinho!
    Pichaste uma bela homenagem ao 25 de Abril!

    ResponderEliminar
  14. Ah,a falta que faz o cheirinho a alecrim!
    Haja força e muitos cravos vermelhos!

    Beijinhos, Agostinho :)

    ResponderEliminar
  15. original e muito criativo, ainda assim que
    Abril sempre!
    mesmo que os cravos já não tenham mais o aroma de outrora

    beijinhos

    :)

    ResponderEliminar
  16. Tão singelo e tão bonito este tributo a Abril...sempre!
    beijinho

    ResponderEliminar
  17. Olá Agostinho querido


    Já fazia algum tempo que eu não vinha aqui e quero te parabenizar pelo poema lindo e pelo blog que continua muto charmoso.


    Beijos
    Ani

    ResponderEliminar
  18. Sim, a poesia, o amor, o sonho, a esperança devem ser sempre lavrados, anunciados, chamados, vividos, para que os seus cheiros, aromas e cores se impregnem em nós e nunca esquecidos.

    (Aparte, respondendo:
    - porque acho que sou apenas um acorde menor deslizando numa melodia... a melodia da vida.
    - E ali, na cave, e também clave, feita blogue, para além de alguns outros registos a sair do tom, cabem também outras notas dignas de registo, algumas que já tiveram antes o seu tempo de validade, mas que não quero esquecidas.

    Grata pelas visitas e palavras luminosas.
    Haja-nos sempre alguma luz que nos visite!)

    Beijinhos.
    (Sim) Fátima. :)

    ResponderEliminar