segunda-feira, 5 de maio de 2014

Minuta para o discurso do 10 de Junho

Caros concidadãos,

A dívida pública, afinal, é coisa pouca: 137 746 110 632,13  €. Se escrevesse isto por extenso parecia enorme. Mas não é! Fazendo as contas, são 12 966,04 €  por cidadão.


Para se conseguir pagar a dívida basta que  todos os portugueses entreguem à Ministra das Finanças, todos os meses, durante dois anos e picos,  um ordenado mínimo nacional .  Se a liquidarmos de uma assentada pode ser que nos façam uma atençãozinha; penso até que é fácil se a M.ª Luís fizer uns olhinhos ao Herr Schuble, está no papo; se pagarmos a prestações, como tem sido feito, ainda nos enrolam e acabamos a pagar mais.

Quem tem um só ordenado mínimo nacional ainda pode comer dois meses por ano: em junho com a subsídio de férias e em dezembro com o de natal. Se não ficarem contentes sempre poderão pedir aumento ao patrão. E não podem queixar-se porque, quando vão ao hospital, não pagam taxas moderadoras. A coisa resolve-se! 

Os mais desfavorecidos, para manterem o índice ponderal otimizado, à noite vão à sopa da senhora dr.ª Isabel Jonet. É como a Rainha Santa, zela pela saúde de todos com um caldinho e um papo seco. 


Ao mesmo tempo que se acaba com a dívida, a dieta resolve o deficit do Ministro Paulo Macedo. Os diabetes, hipertensões, colesterois... andor! Os que não aguentarem é uma oportunidade para as indústrias canteira, carpinteira, das velas e para a floricultura.

Anda por aí alguma gentinha a queixar-se! Sem razão pois, acima de tudo, devemos ser patriotas, salvar a pátria. Muito pior é "contra os canhões/marchar, marchar"! e está no hino. Não me consta que haja alguém que não o cante nos jogos da seleção.

5 comentários:

  1. ~ Basta, apenas, pensarmos nas "d e r r a p a g e n s ~ a s t r o n ó m i c a s" de todas as grandes obras nacionais-- grandes vias, pontes, metros, túneis e outras-- que desbaratavam dinheiros comunitários e contributivos, para percebermos a origem do descalabro, cujas dívidas estão a ser pagas, agora, pelos mais carentes e débeis.

    ~ ~ ~ Uma boa e agradável semana. ~ ~ ~

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  2. Não há qualquer problema! Temos uma saída limpinha e estamos de regresso aos mercados! Eles emprestam-nos mais... para pagar essa pequena dívida...
    Por isso, nada de stress!

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  3. E, afinal, nem estamos nada mal.
    E o pouco mal que estamos é de tão fácil resolução.
    Excelente post, Agostinho!

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