quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Casacos à espera



"Os casacos reproduzem-se
nas costas da cadeira",
a semana inteira
esperam os corpos 
que os habitaram.
lembram memórias,
frémitos febre ardente,
que inverno tão quente!
mais quente que fogo
e agora tu ausente:
teu regresso é urgente!

"Visto o casaco e corro à chuva",
procuro cabelos ondulando searas ao vento,
nos rios de gente, alento,
onde está a minha luva?

quem sabe se amanhã na rua
as águas que choram as nuvens
lavam o negro da alma, da tua,
e por milagre tu vens
acabar de vez o nosso deserto?
todas as noites, aqui decerto,
searas ao vento, cabelos
ondulando a doce uva
que sim mais chuva…

24fev2011
hajota

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