domingo, 15 de junho de 2014

Entre parênteses

ticcanetas.zip.net


Na abertura o punhal
aguçado espeta.
A primaveril força natural   
detonada num afago
incendeia o sangue vermelho de paixão
e esvai-se num lapso o vulcão,
numa intermitência epilética de lava.
Acabado o golpe, exangue, em cinzas
recolhe à mortalha ocasional
em aparente morte,
a arma jaz entre parênteses…

Renitente nas reticências!

Das reticências nasce de novo
numa intuição sem tino de animal
embriagado por odores divinais.
O instinto volta à carne
numa aurora boreal de cores cegas
cumprindo o seu imarcescível destino:
beijar a flor do amor
até que o ponto se afirme em negas.
O ponto final.


hajota

6 comentários:

  1. Entre amigos, aplaudo vivamente mais um dos seus escritos de excelência, Agostinho.
    Aquele abraço e votos de boa semana!

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  2. Gostei particularmente da primeira estrofe.
    Muito bom...
    Abraço

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  3. Um golpe que me arrepiou.

    Muito intenso e poderoso.

    Beijinhos

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  4. Muito, muito bom! Inspirado.
    Nem parêntesis, nem reticências! Uma aurora boreal de pura poesia!

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  5. E deixa adivinhar um outro poema...Profundo, apaixonado...
    Gostei muito...
    Beijos e abraços
    Marta

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