domingo, 8 de junho de 2014

Lancei uma tábua

Salvador Dali

Lancei uma tábua à torrente
de palavras ásperas
que rasgaram paredes,
subitamente,
para que se salvasse a memória
- a seara repleta de espigas
a doirar o sol
no mar sereno dos teus olhos.

Como inutilidade apendicular
a tábua desceu sozinha 
até à finitude árida da praia 
vazia e fria - sem explicação plausível
viraste as costas ao rio.
As espigas de sol de ontem
já não moram nos teus olhos,
a obstinação roubou-nos
a esperança de dias felizes.

hajota

8 comentários:

  1. Como a tempestade tem o seu fim, também a Felicidade não é eterna.
    Compete-nos resistir às intempéries e fazer com que aos BONS MOMENTOS se prolonguem o mais possível !

    ( Não tenho idéia de já ter visto esta tela !...)

    ResponderEliminar
  2. E eu lanço-lhe um grande abraço e os votos de uma excelente semana

    ResponderEliminar
  3. ~
    ~ ~ A obstinação pode ser uma terrível ladra...

    ~ ~ Palavras ásperas podem ter a força de um maremoto...

    ~ ~ Havia que respeitar os serenos e brilhantes olhos...

    ~ ~ ~ ~ Um canto belo, apesar de triste. ~ ~ ~

    ~ ~ ~ ~ Excelente e profícua semana. ~ ~ ~ ~

    ResponderEliminar
  4. E há um suspiro profundo....uns minutos para lamentar, mas depois é continuar o caminho...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  5. Mal empregada a tábua!...
    Mas, não desanime o poeta. Outros e melhores tempos virão...
    (Gostei!)

    ResponderEliminar
  6. Não consigo dizer uma palavra. Silêncio, talvez.
    Boa noite!

    ResponderEliminar
  7. Tudo tem fim e há mais caminho para seguir!

    Também nunca tinha visto esta tela, que tentei ampliar, mas não dá.

    Resto de bom feriado!

    ResponderEliminar
  8. O poema está perfeito e a pintura de Salvador muito bela!! Gostei da tua postagem,fica com deus!! mundomusicaldacarolina.blogspot.pt

    ResponderEliminar