quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Palavras no nevoeiro



Tenho a sina de rico e ser herdeiro
de fartas fortunas, escritas sem rol,  
ouro pinta as frinchas do meu palheiro.

Raios abrem-me os olhos o ano inteiro,
por nada traz um afago o meu sol
deixa-me sonhos. Sem dinheiro

andarilho nu pelo mundo inteiro
estender-me-ei por fim no lençol,
alvíssimo, no cume derradeiro

um raio branco em pó fulmina certeiro
a matéria do eu. Por fim abole
cumprindo a volta ao futuro primeiro.


Quando voltar hei-de ser marinheiro...
pisarei  praias beijadas pelo sol,
beberei palavras no nevoeiro.

hajota

4 comentários:

  1. "Quando voltar hei-de ser marinheiro...
    pisarei praias beijadas pelo sol,
    beberei palavras no nevoeiro."
    Um final de poema que dá sentido ao poema inteiro.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Está a pensar em alguém que foi obrigado a partir recentemente, Agostinho?

    ResponderEliminar
  3. Amigo Pedro, n\ao propriamente, pode ser um sonho meu.

    ResponderEliminar