quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Uma raça de coragem

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Com uma trouxa de nada
uma raça de coragem
levantou ferro, partiu em viagem
na aventura do mar,
por no retângulo já não dar.
aspira outra largueza
fugindo da terra sem chão
lança-se à aventura
em sonhos e ilusão.
abre os braços na procura,
quando os fecha e acorda
encontra firme escultura
torneada cor de azeviche.
fica preso no feitiço
do acre sabor do lume,
sente da juventude o viço,
sobe a montanha até ao cume
alivia todo o pecado
do velho mundo deixado.

que lhe importa o preconceito
da gente pérfida que ficou?
derrubou muros, ganhou jeito
cativo da orquídea que o beijou.


2010
hajota


7 comentários:

  1. ~
    ~ ~ ~ ~ B e l í s s i m o ! ~ ~ ~ ~
    ~
    ~ ~ ~ E m o c i o n a n t e ! ~ ~ ~
    ~
    ~ Cumprimento o seu talento e sensibilidade. ~

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  2. Somos muitos nessa situação, Agostinho.
    Mas que souberam fazer limonada com os limões que a vida lhes deu.
    Aquele abraço e votos de bfds!!

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    Respostas
    1. A felicidade do homem não tem tempo nem lugar marcados. Conquista-se.e o mundo é grande.

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    2. O mesmo acontece com a felicidade de uma mulher...

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    3. A todos os que se atrevem, Majo.
      BFS

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  3. Aí está um poema em que o poeta pouco inventa. Viveste na pele (e também na alma) essa experiência...
    Bela síntese fizeste daquilo por que passaste!
    (Não alcancei - poeta não sou... - o que será essa "firme escultura, torneada cor de azeviche"...)

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  4. Inventar... inventar, não. Na vida tudo está inventado. Podes é pintar a cores a paisagem, o cheiro e a cor da experiência... Adivinha.

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