O calção curto e
roto
esconde mal a
tristeza
e a brancura
alinhada
do sorriso tímido
de garoto
não apaga o pó da
pobreza.
Gente foge-lhe
apressada
se sopra um desafio à
sorte:
“Me dá ma quinhenta pra comer
não tem pai não tem
mãe
azar do meu tempo -
ai ué,
a fome quando vem
me doi a bariga bué.
Te ponho sapato a
brilhar
graxa senhor!”
De manhã quando
acordar
mesmo antes d’
amanhecer
pega o livro do menino
e vai descalço a
correr
ganhar as força no ensino
e logo logo na
cidade
'graxar funge pra comer.
2011
hajota
Espero que fique bem engraixado para o Flinpo !
ResponderEliminarUm abraço.
Fui ver a "paisagem".
EliminarPrecisava de um glossário... "graxar funge..."
ResponderEliminarTirando isso, belo poema, daqueles que sabes construir!
Pretendo reproduzir a linguagem de alguém que não dominava a língua: o exgraxador João. Traduz-se
Eliminar- graxar = engraxar (sapatos, botas), o mister que permitia obter farinha para se alimentar)
- funge = papa de farinha de mandioca.
pode não serem todos João, mas existem muitos por esse mundo fora!
ResponderEliminar:)