segunda-feira, 28 de abril de 2014

A eclíptica queda

foto: gilberto jorge


A eclíptica queda chama à urgência dos dias
poemas, histórias, sonhos,  arcos-íris cores
perdidos na imensidão de areias primícias
semeadas de cinzas, descuidos e amores.

Algarismos redondos, barrigas dobradas,
dispostos na ordem inexorável do abismo
um seis-nada no arábico simbolismo,
nada o vácuo das fortunas deixadas.

O horizonte de neblina coberto
paira incerto.
O sopro
em câmara lenta,
na via de único sentido,
desafia as escarpas.
A dúvida em sístoles
espasmos e dores
traz as tempestades
do solstícico trilho dos sessenta:
o sopro caminha para o fim.


hajota

5 comentários:

  1. Às vezes parece que ouvimos a voz declinante do tempo e tentamos lembrar as emoções, os sonhos, as memórias... E é em "câmara lenta" que vislumbramos o "único sentido" da vida, a mesma vida que amamos todos os dias com a paixão de sempre. Gostei muito do seu poema, amigo. E fez-me pensar. Um beijo.

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  2. ~ Largas e esplendorosas primaveras, podem ter os "sessentinhas".
    ~ ~ ~ Há que as aproveitar muito bem. ~ ~ ~

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  3. O rio corre e nós corremos com ele, mas para desespero nosso um dia não vamos com o rio.

    Muito bonito, parabéns.
    Boa noite!:))

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