sábado, 12 de abril de 2014

História da Carochinha


Barrigas coladas às costas,
farejando, olhos faróis
nos labirintos libidinosos
da mente
traçando o rumo certo,
do bater forte do coração
jorram energias de alta tensão.
Adivinham botões de flores
por montes e vales
profundos,
lagos de húmidos suores,
e o ferver de vulcões
explodindo tremores.

Os lobos famintos
caçam em jogos instintos,
esgalgados,
de negros olhos pisados,
vagueiam em deambulação
permanente
em mente
a posse da presa mais bela.

Cabelos d’ oiro, peles tostadas
aveludadas                                                
http://permanecerecompartilhar.blogspot.pt/
perfumadas.
A carochinha tem
as mais belas
as mais olhadas
as mais desejadas
quem dera tê-las…

A carochinha tem
os lobos de barrigas coladas,
esgalgados,
negros olhos pisados.


2010
hajota


5 comentários:

  1. As matilhas, devoram devoram
    Mas continuam famintas,
    as matilhas

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  2. Uma só carochinha para uma matilha de lobos!
    Nem para a cova de um dente. Ainda se fosse o capuchinho vermelho...
    Mas que importa isso ao Poeta?

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  3. E o que para aí há de lobos, Agostinho.
    Cada vez menos com pele de cordeiro.
    Aquele abraço e votos de boa semana!!

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  4. Agostinho,
    É muito estranho este seu poema mas casa muito bem com a nossa realidade, infelizmente.
    Boa noite!:))

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  5. Um poema muito interessante a glosar uma história infantil. Há lobos famintos por aí a vaguear esperando as "carochinhas" indiferentes à vida ou desatentas de tudo o que podem ver os seus olhos antes de serem "negros olhos pisados".
    Beijo e Boa Páscoa.

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