terça-feira, 1 de abril de 2014

O sol cai de repente

Outono, José Malhoa, Wikipédia


tingidos de amarelos e avermelhados tons
os dias vão-se vestindo com menos roupa
sem que ninguém os impeça,
vibram no horizonte sons
anunciando a irresistível dormência,
o sol cai de repente na iminência
injustificada  de  antecipar horas de deitar
e das profundezas da terra as sombras
envolvem de surpresa quem calhar.

lá fora, sempiterno,
o rouxinol em tremuras
de cristal  adivinha brancuras
bordadas nas noites de inverno.




2013-10-20
hajota



5 comentários:

  1. O outono persiste como se do inverno passasse logo para ele.
    Bonito o seu poema.
    Boa noite!

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  2. A Primavera veio dizer olá e foi-se embora muito depressa.
    Que dias mais deprimentes!!

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  3. uma ode à Natureza e à Primavera que não quer ficar.
    muito bonito o seu poema.
    beijo

    :)

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  4. ~ A paciência, pode não parecer, mas também é, um importante fator de sucesso.

    ~ Um lindo poema, com uma ilustração muito bem conseguida, aparece completamente desfasado no tempo, o que lhe rouba muito do seu valor.

    ~ Mesmo que o tempo não deixe transparecer, mesmo que a humanidade esteja soçobrando, ainda que efémera, é Primavera, é tempo de erupção de vida, de amor e de esperança.

    ~ Não há nenhum espírito dramático, mesmo que poético, capaz de alterar as leis da natureza, é por esta razão que surgem as primaveras quentes... Primaveras de esperança! ~ ~ ~

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  5. Bonito poema, antecipando o outro, já no prelo (certamente), alusivo à Primavera que devia estar aí...

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