a
água que cai agora
mata
nas esquinas da cidade,
infetas
de miséria e idade,
o
náufrago da vida que aí mora.
mas
que chuva! cai sem dó!
O nobre vagabundo - Charlie Chaplin |
desfaz
a pele em chaga,
o
coração escorre, tão só.
o
vento que sopra lá fora
não
sabe a dor da adaga,
corta a carne até ao osso.
nada
resta do tempo moço,
o
coração gela, tão só!
farrapo
de gente, nua
no
vácuo do tempo-ausência
imensurável
pela ciência,
vagueia
perdido na rua
coração
sofrido e só.
a
água que cai agora,
introito,
ritual, imolação
lambe
feridas de desolação.
nada
o prende na hora,
o coração
exangue e só
arde no napalm da fome.
a
morte espreita a vida, um fio,
do
coração exangue e só.
o cordeiro
belo nem um pio
alimenta
a corte do vício
no
glorioso fim do sacrifício.
.
o
sacerdote num destes dias:
tu,
larga a carcaça, meu santo!
coração
por fim livre e só.
2011
hajota
Um poema que até dói só de ler!
ResponderEliminarAquele abraço e votos de boa semana!!
um poema lúcido e verdadeiro que até doí a alma...
ResponderEliminar:(