sexta-feira, 7 de março de 2014

Nunca viste, ó parvo?

Dulcinea de Salvador Dali

era uma força abrasadora da natureza.
com passos gemidos descia a rua em tangos
de movimento arrastado.
uma exaltação de saturada beleza,
do peito brotavam morangos
num balouçar ritmado.

o rapaz, encostado à esquina do desejo
de olhos assestados no refluxo
daquele poema de luxo,
sentia o cavalo a galope o sangue a ferver,
suspenso, em apneia
do perfume de dulcineia.

2011
hajota 

4 comentários:

  1. Este poema faz-nos visionar a protagonista, Agostinho.
    Aquele abraço e votos de bfds!

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  2. Um epigrama a fazer lembrar o mestre Bocage!

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