quarta-feira, 12 de março de 2014

Perce(p)ções no vazio


http://elhanor.blogspot.pt/


um rumorejar à porta
deixa-me os sentidos despertos.
ponho o ouvido alerta,
levanto-me e os degraus desertos.

inquieto, vou à sala ao lado ver.
pareceu-me ouvir alguém
e o vazio que há nela a responder:
não, não há ninguém.

entro agora no quarto,
o teu cheiro subtil permanece
a evoluir num novelo farto.
deito-me na cama e parece…

os teus cabelos desgrenhados
da noite fazem-me cócegas. espreito
os lençóis, apago a luz e do escuro focados
dois olhos. sinto-os acender meu peito.

hajota


3 comentários:

  1. ~
    ~ Não percebo se existe uma companhia real ou se é apenas uma quimera...

    ~ É que a estrofe está precedida por ""parece...""

    ~ Agradeço que me elucide.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O título sugere episódio de ausência (vazio).povoado de sensações vividas.

      Eliminar
    2. ~ É um poema muito belo e bem elaborado, Agostinho.

      Eliminar