Onze Verões caldos,
tórridos,
a terra um pó, uma secura.
Queimam primaveras
sem esperas,
mal encetadas,
brotando delas amores
da sua candura imolada
flores ao mundo dadas.
a terra um pó, uma secura.
Queimam primaveras
sem esperas,
mal encetadas,
brotando delas amores
da sua candura imolada
flores ao mundo dadas.
Roubam-lhe a seiva e frescura
do sol que trazia na manhã.
Doze, tantos
rebentos de doçura
nascidos da maçã,
espia pecados a mais pura.
Secam-lhe as fontes no Outono.
Nascem-lhe sulcos de águas
trazidas nas noites sem sono
trabalhos dores e mágoas
traçando os destinos no decágono.
Perdida no frio do Inverno
sem nada mais para dar
com a alma de dor roída
pegou na trouxa, já sem ar
disse: vou de saída.
No olhar ternura, de saída.
2012
hajota
Onze verões...
ResponderEliminardoze rebentos,,,
(Deixa-me confuso...)
Mas, que importa?
O poema é denso e luminoso...
"Secam-lhe as fontes no Outono,
Nascem-lhe sulcos de aguas
Trazidas nas noites sem sono,,,"
Um = dois.
EliminarAcho que se me fez luz...
ResponderEliminarMais uma exemplo excelente da sua veia poética incrível, Agostinho
ResponderEliminarUma vida de mulher.
Eliminaracho que há sempre algo para dar...
ResponderEliminarmas, por vezes há saídas necessárias, e outras tantas pelo destino...
:)
Uma vida inteira a dar...
Eliminarna saída a saber dar...